sábado, 27 de março de 2010

#CaCoalive

Sim, sim! A autora do blog não morreu, muito menos forjou sua morte. Não sei se isso pode ser considerado uma piada ou um gracejo, mas é a mais pura verdade.
Muito me entristece ter que sumir, mas às vezes não dá pra dar conta de todas as responsabilidades.E geralmente aquilo que a gente mais gosta de fazer é que fica sacrificado, no meio de tantos compromissos.
Comecei essa semana bem, ainda tensa pelo início das aulas e tudo mais. Fui tendo a dimensão real de onde estou me metendo, de tudo que vou ter que fazer. Não vai ser nada fácil.
Tanto que ao longo da semana, meu 'mood' foi caindo ladeira abaixo e um dia 25 no meio não ajudou. Posso até ter minha convicções, mas o que o Major Love Prayer propõe é tão maravilhoso, que eu tenho que me encantar por essa proposta.
Na sexta fui ao fundo do poço, não queria ver pessoas. Pela primeira vez no ano, me enfurnei na biblioteca, e pra me motivar fui passando a limpo as matérias, fazendo desenhinhos de caneta colorida, colocando adesivinhos, pra ver se tentava achar alguma graça naquilo. Até que funcionou...
Na verdade, toda a semana foi uma grande merda sem fim. Muitas coisas aconteceram e me desestabilizaram profundamente. Enfim, tem coisas que não dá pra mudar.
Acho que o que está pegando mais é a prova do Acadêmico Bolsista. Antes, quando era uma coisa mais 'se eu passar, beleza, mas se não, tudo bem', estava tranquilo. Mas agora que eu "tenho" que passar, tá ficando muito complicado. Eu não consigo sobreviver a esse tipo de competição. Auto-competição. Não tenho a menor vergonha de dizer que não me sinto nem um pouco preparada para fazer prova alguma, sinto que eu nunca estudei tanto quanto deveria, sei que tenho muitos furos na minha formação. Aí, se eu começar a pensar que o indefectível povo da UFRJ vai fazer essa prova também, eu fico pra baixo. Simplesmente não dá. Até o pessoal que eu conheço da faculdade que vai fazer, eu não tô no nível deles. Estou triste pra caramba.
Estou tentando fazer meu máximo, tô lendo os documentos do Ministério da Saúde, tô lendo as matérias antigas, mas parece que tudo imediatamente se apaga da minha mente. Eu só quero ter a certeza de que, se não vingar, pelo menos eu fiz o máximo do máximo que eu pude.
Ontem na aula da profª Thaís, de Educação Nutricional, estavam falando de humanização do atendimento, de entender o aspecto emocional do usuário, e no final, ela jogou uma bolinha pra que as pessoas fossem escolhidas a comentar o texto. Eu não tava a fim de falar nenhum 'e aí? belê', e a porra da bolinha vem na minha direção. "Eu não tô bem, bolinha, desinfeta daqui", eu devia ter dito. Na verdade, eu não consegui falar de direito. Travei, tudo que eu tinha escutado, tinha se esvaziado da minha cabeça, já tão oca, coitada. Até que, no meio da minha maré pessimista, eu resolvo falar que é muito lindo o discurso de humanizar o atendimento, mas é muito difícil pensar que se possa aplicar isso na vida profissional, se essa visão solidária, humanizada, de cooperação não é vista nem no relacionamento dos alunos MUITO MENOS entre professores. A escola de Nutrição é uma representação da faixa de gaza, só que parecida com a Guerra Fria. Os hipócritas se dizem "oi", "olá" e se abraçam, mas no fundo, não estão nem aí um pros outros, e não pensam na escola de forma holística. Essa palavra é linda: holística. E tem tudo a ver com  a humanização do atendimento.
O povo deve ter olhado pra mim e pensado: "realmente, essa garota tem problemas". Isso aí, tô começando a me sentir estranha no ninho novamente.
A vida torna-se inviável.

sábado, 13 de março de 2010

Os 3 tesouros do Rei: meus irmão, meus bebê, meus TUDO!*

Desde que eu fiz aquele post com as dez fotos mais legais que eu tinha do MJ, eu fiquei com vontade de fazer um com os seus filhos. É mais fácil, porque o número de fotos é mais reduzido, por mais que ultimamente, muitas tenham surgido sabe-se lá de onde.

Vamos começar pelo começo.

E então Prince nasceu.

Com esses lindos olhos e essa cabecinha gigante, Prince veio para trazer a Michael o título de pai mais pai do mundo. Na verdade, “pãe”.

Haha, essa foto é o máximo! Pena que sou pobre e não tenho dinheiro ainda pra comprar aquela revista Life especial, que vem com essa foto tomando uma página inteira.

Eu tenho essa foto beeeeeeem pequenininha no meu quarto, veio num miniquadrinho de uma revista pôster. Prince está todo gorduchinho como um bebê de mamadeira. Mas essas luvinhas, gentennnn, são lindas! Ultrapassou o limite da fofura!
Sabe o que me fez lembrar essa foto? Daquela entrevista da Barbara Walters. Michael com um sorriso que não cabe na cara fala que, pra fazer o Prince parar de chorar, ele tinha que dançar na frente dele. “Então você tem dançado muito ultimamente, não?”, a senhora pergunta, e ele dá uma risada tão *_* e dá quase um pulo da cadeira.

Pra quem viu o Grammy do ano passado, sabe que ficou nítido que Prince herdou o carisma do pai. Toda a platéia ficou hipnotizada enquanto ele falava e empunhava aquele prêmio como se tivesse muita experiência naquilo. Mas ele já era assim desde pituxo, sempre sendo sapeca e ativo. No documentário do Bashir, quando ele começa a expressar seu descontentamento pelo pai ter lhe dado uma sandália de Star Wars II (era essa mesmo?) ao invés da do Homem Aranha, eu morro de rir. E ainda vira crítico de cinema, ao dizer que não gostou desse filme do Star Wars “because it’s slow and boooring”, huahsuasaushauhsuas!


Todos de perna cruzada, menos eu!


Todos já agradeceram, agora é minha vez!

Tal pai, tal filho.



E pra bom entendedor, meia palavra basta!

Pouco depois de Prince, veio Paris.
*a pedidos! hasuahsuahsa
Digamos que ela era um bebê tímido. É mais ou menos essa cara que ela faz enquanto Michael e Prince estão na mesa de xadrex. Ela olha pra câmera e fica quietinha... Mas é linda e encantadora.


Eu adoro essa foto! É como se ela tivesse dizendo: “Ei, seguranças, recolham isso aqui!”


Qualquer semelhança não é mera coincidência.


A Paris parece que puxou um pouco do jeito manhoso do Michael. E um pouco da audácia também. Não sei, só impressões.


Seus filhos são seus maiores fãs. E Paris faz questão de deixar mais claro. Essa camisa preta é mais linda ainda!

E depois de um tempinho, vem mobebemaislindudumundo!

Nháááááááááá! Essa é mais que rara! Esse bebê lindo dando um sorriso? Ti fofuuu!

Geralmente a gente só acha roupas de bebê mais bonitas pra meninas. Os vestidos são mais cheios de detalhes e tudo mais, mas essa roupinha dele não ta uma coisa mais que fofa?

Pelamor de Cristo, por que inventaram a marca d’água? É o que me impede de imprimir essa foto mais que linda! Blanket está boladão, ahushaushaushuas, mais aí não adianta, que ele fica mais fofo ainda emburrado! E pela calça do Michael, não preciso dizer nem de que dia ela é.


Preciso dizer que Blanket herdou toda a fofura do Michael? Não, né?


Essa foto é preciosa! As crianças se divertindo na porta de casa, e a Paris com essas botinhas vermelhas pra arrematar a perfeição da cena!

“Papai não ta olhando! Açúcaaaaaar!”


Eles estão ali atrás do Mac Culkin. Paris parece estar muito atenta ao que o pai está fazendo ali.


Paris agarrada na perna no seu desesperado pai parece pensar: “ih, esse mané vai derrubar meu irmão...”. 
Olhem para o diâmetro da cabeça do Prince. Lembram o que o Michael disse no Bashir? Valeu Naty, pela sua Applehead Theory! xDD


Essa carinha de “Hein?” do Blanket é mucho linda! Hasuahsuahs! Pra foto ser perfeita Michael tinha que estar nela, caramba!


Essa foto é mais que linda. Não é à toa que está no meu armário. O olhar de Prince, o sorriso de Michael e a literal pose de princesa de Paris dão um toque de mágica. Ahhh, e depois de 50 anos que eu vi a calça do Homem Aranha, sorry Naty, hahaha! E Paris ta cobrindo o símbolo do Superman.


Ainda não inventaram palavras pra descrever uma foto dessas.


Por que sempre que eu vejo essa foto eu choro? Talvez porque essa sim, seja a foto perfeita. Pena que não tem uma resolução decente, senão já tinha mandando fazer um pôster com ela. Também não inventaram ainda palavras pra descrever o que é ver essa família toda unida.


E aí estão os três, enchendo o pai de orgulho. O que ele seria capaz de fazer por esses filhos? TUDO!





*Gracias a Ryane, Ironic Jackson e Say pelas sugestões de título! ashuahsuahsuahs Eu não consegui escolher um, então, mesclei tudo! ahsuahsuahsuhaus

Enquanto não chega

Oito horas da manhã. Passo agora pela situação mais tosca do planeta. Quero aproveitar pra agradecer a FNAC por esse momento mágico. Estou esperando há dias a entrega de uma encomenda, e já vai ser a quarta tentativa. Da última vez, na sexta feira, minha mãe e eu ficamos que nem paspalhas olhando pela janela e com a porta aberta, e necas. Mas segundo eles, houve sim uma tentativa de entrega! Eu moro numa vila, e é bem possível que o pessoal da transportadora tenha algum problema pra interpretar as coisas, e ao ver o portão de uma vila fechado (OBS: uma vila geralmente tem mais de uma casa), ache que não tem ninguém em casa. E não bate no portão, nem grita, nem nada.
Pois é, estou na frente da vila, quase do lado do portão e é incrivelmente bizarro que eu passarei horas da minha existência esperando uma coisa que era pra trazer comodidade.
Oswaldo Cruz é o lugar mais morto do Rio de Janeiro. Sim, pacato é uma coisa. Aqui é morto mesmo. Mas eu tenho certeza que tem no mapa, não é possível que os seres humanos da transportadora não me encontrem aqui.
Agora eu tô olhando pra lixeira da vila (pra vc ver quanta coisa de legal tem pra se admirar na minha rua), e me lembrei que, há alguns anos atrás, ela era colada no muro do portão. Meu pai usava a lixeira pra pular pra dentro da vila quando esquecia a chave. Acho que mudaram a lixeira de lugar pois talvez meliantes pudessem ter a mesma idéia do meu querido pai. Enfim, só histórias.
No sábado fomos de novo ao Santa Marta. Recebemos um convite do presidente da ONG que utiliza o espaço da laje pra assistir o ensaio das crianças do projeto. E lá vamos nós.
Dessa vez fomos num número maior. Definitivamente, deixou de ser um programa de índio.
Aproveitando pra fazer uma errata, Michael não subiu o morro via canela, e sim de helicóptero. Mas em algum momento, ele subiu as ladeiras, porque aparecem nas filmagens uns bons pedaços de subida. Mas não é muita coisa não... Dessa vez, nós fomos na laje primeiro, descemos pra ir à casa onde fica a assinatura, e subimos de novo pra enfim ver a apresentação, e não é muito distante.
Duas amigas da Carol, que moram lá, pegaram na mão do Michael e disseram “Michael, I love you!”. Ele sorriu. Eu não consigo nem comentar x__x
Continua sendo difícil dizer o que é estar lá. Só sei que estamos cada dia mais próximas desse espaço. Como diz a Rô, por algum motivo, esse lugar “caiu” no nosso colo. Não é à toa. Tenho certeza que tudo vai dar mais que certo.
Não há um dia que o grupo FAM se encontre e não tem um mico. Dessa vez, não podia ser diferente. Tinha um gringo com uma camisa com essa foto:

Claro que se soubéssemos que essa foto existia no Google, não tínhamos enchido o saco do cara com mil perguntas e melhor: tirando foto da camisa do cara, fingindo que estava pegando o melhor ângulo do Cristo Redentor (só vc, Mel!). Já estamos bolando a nossa camisa xD
Ver as crianças tocando na laje, arrepiando na bateria, deu uma outra vida e um outro sentido a esse espaço. Antes, tínhamos visto a laje vazia, com os entulhos lá... Agora, ela já medianamente limpa e com música, foi totalmente diferente. Acho que isso nos alertou que realmente o espaço não pode ser muito modificado, porque ele tem continuar abrigando mini-ensaios ou mini-eventos desse tipo. Já podemos considerar aquele lugar um ponto turístico, porque enquanto as crianças estavam tocando, tinham mais gringos além daquele com a camiseta do Peter Pan.
A Rô teve a brilhante idéia de levar pirulitos. Valeu, Rô, mais uma vez, esse foi meu almoço! Ahsuahushausuha! E foi bem engraçado ver todo mundo ensaiando com pirulito na boca xD.
Saímos do Santa Marta à 18h, mas o dia só estava começando, pois naquele mesmo dia, o Rio de Janeiro entrou em colapso, por uma forte chuva que fez faltar luz no trem, derrubou muros que inviabilizaram a passagem do metrô, e tornou intransitáveis vias principais do Centro do Rio e arredores. Cheguei em casa às 23h. Fiquei meio triste com isso, pois no meio daquele dilúvio, torci mesmo pra que em 2012 tudo acabe. Porque no meio desses contratempos, os mais prejudicados são os mais pobres SEMPRE. E eu não sei até quando estes poderão suportar todo o tipo de agressão que, direta ou indiretamente, vem do ser humano. Mas não foi tão triste assim, porque no meio do chuvaréu e de várias músicas disco tocando no rádio, ouvi Rock With You ao vivo, de 81, Triumph Tour, na Paradiso.
Pudemos vivenciar muitas coisas com essas duas experiências no Santa Marta. Para muitas delas, ainda não possuímos poder de abstração suficiente pra expressar ou dividir com o resto do mundo. Só sabemos que, como Michael disse na Killer Thriller Party, “o melhor ainda está por vir” [ou algo parecido, minha memória não é lá essas coisas]. Ele não estava blefando. E nós também não.

OBS:
A encomenda da FNAC chegou no dia seguinte, ahsuahusahsuha! E da forma mais tranqüila possível. O cara chegou na minha porta, no exato segundo que eu estava indo no computador voltar o vídeo do Travis ensinando ‘The Drill’. Quase que o cara me pega num mega flagra!
Ah, e eu não fiquei o dia todo na frente do portão, eu não ia agüentar o sol. Fiquei só até meio dia. Ainda bem, porque senão eu ficaria mais insolada do que já estou, e sem encomenda.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Subindo o morro do Michael

A vida não podia ser mais tediosa.
Acordando às duas horas da tarde, pulando entre reprises da MTV e seriados do SBT, fazendo completamente nada. Essas semanas de férias, minha mãe e eu temos visto CSI. Mas nessa terça feira, nem isso eu vi. É, eu dormi. Não sei de onde tiro tanto sono.
Lá pras 22h, o telefone toca. Taíssa me pergunta: “Ta a fim de fazer um programa de índio amanhã?”. Como a minha vida toda está um programa de índio só, o que eu perdia respondendo “Sim”? Foi o que eu fiz, principalmente quando soube qual era o tal programa: “Ta a fim de subir o Morro Dona Marta?”. “Bora!”
Foi muito longe de ser um programa de índio.
Ter que fazer um pseudo-programa de índio do outro lado da cidade exige esforços, tipo acordar às 7h. Pra quem foi dormir às 3h, é sim um grande esforço! Digamos que eu não dormi... porque mesmo que eu esteja cansada, eu tenho dificuldades pra pegar no sono, e eu também fiquei meio ansiosa com o que o próximo dia me aguardava.
Pulei da cama, o despertador não despertou nem a mim, nem a minha mãe. Ou seja, ele é um lixo.
Mamãe pergunta antes que eu saia de casa: “Vai aonde?”. Deslavadamente, eu respondo: “”Botafogo...”. Eu não menti. Só não fui específica no local de Botafogo que eu iria. Todo mundo sabe que a polícia pacificadora já foi implantada, e com êxito, na comunidade Santa Marta. Mas sabe como é mãe, né? Claro que ia ficar temerosa...
Botei minha blusa de Michael e fui pra aventura. Aliás, não tem nada mais legal do que por uma camisa do Michael e ir pra rua. Na fila do bilhete do trem, a mulher que estava na minha frente, olhou de lado rapidamente pra camisa, e depois olhou de novo com os olhos arregalados. Pela cara dela parecia que tinha um alien saindo do meu umbigo. Ainda bem que não era isso. Já na volta, eu entrando na estação do metrô, e um cara que estava saindo ficou tão entretido no Michael que foi quase saindo de costas. Pra melhorar as coisas, tem um “WHO’S BAD?” escrito nas minhas costas. Queria ter um olho na nuca pra ver a cara de O.o das pessoas. 
Quando estávamos lá, a gente ficava pensando que a visita seria tipo as feitas por pessoas que escalam montanhas. Sobem, sobem, sobem, pra depois descer.

“Subi (e depois desci!)
Mais de mil e oitocentas colinas...”
Já subimos a ladeira principal como turistas na nossa própria cidade. Queríamos saber o caminho pra laje de Michael Jackson. Vamos buscar informação com um senhor que está de pé na porta de uma escola. Coincidentemente, ele já havia morado anteriormente na casa que serviu de camarim, lá no alto, para o Michael. Eu vou parar de usar a palavra ‘coincidentemente’, porque senão ela vai ficar repetitiva. Vocês vão ver porquê.
Hoje, existe o teleférico na comunidade, que já auxilia bastante na subida do morro. São cinco estações ao todo, se não me engano. A Liss e a Tatá ficaram pensando no tamanho esforço que Michael fez pra chegar lá no alto. Mas olha só, eu não achei nada de errado, ou como é que vocês pensam que se consegue uma perna assim, bem?
 
Trezentos degraus por dia, no mínimo! Hhaushaushuahsua. Mas sem brincadeira, o bichinho malhou ali meeesmo. Ele e todo mundo, Spike Lee, Karen Faye, as crianças que estavam com ele, geral junto, hihi. 
Enquanto a gente estava lá, fazendo cara de turista, observando o lugar, vendo a vista do Cristo, tentando decifrar a musiquinha que um menininho cantava, aconteceu uma coisa à lá “flagra de jornal local”. Logo abaixo de onde estávamos, começou a jorrar uma água do nada, numa força tremenda. Cheia de terra, e que depois deixou toda a ladeira principal toda cheia de lama. Olha... ficamos meio preocupadas... Será que tínhamos escolhido o dia certo pra ir? Hahahahaha.
Tudo bem, gente, estamos vivas, e o morro não ruiu. [Na verdade, vendo o jornal local, vi que o prédio que fica bem ali embaixo de onde rolou a água, está em risco de estrutura, e os moradores tiveram que sair :S]


Pegamos o teleférico, e quando chegamos na terceira estação, temos que fazer uma baldeação. A menina que comandava lá o elevador já perguntou: “vocês vão lá pra laje do Michael Jackson? Tem que pegar esse aqui do lado”. É, nem tava na cara >.<
Ainda tivemos que ir até a quinta estação, porque o bondinho lá só estava parando na quarta estação quando desce. É, vai entender essas tecnologias.
Anota aí o endereço: Morro Santa Marta, você pega o teleférico e desce na quarta estação, e segue pelo beco à direita toda vida. Depois da Assembléia de Deus, cê ta lá! Se você que está lendo isso agora, for do Rio, já está convidado a ir com a gente na próxima vez, não vai ser programado assim do nada.
Esse é um beco que fica bem próximo da laje. As meninas acharam parecido com alguma parte do clipe, eu particularmente não sei, hihi (minha memória é horrenda).
 

Quando a gente chega lá, na laje, é uma coisa que chega meio a ser... mística (não sei se é essa a palavra). Aí é que você começa a entender aquelas pessoas, principalmente europeus, que compram o chiclete que seu ídolo mascou por milhares e milhares de dólares. Mesmo sendo 14 anos depois, sei lá, parecia estranho, diferente e confortável estar naquele lugar.

 

 (pessoa literalmente viajando)

O que a gente reparou é que a laje, que já tinha seu tom rústico-subúrbio (que nome bonito que eu dei pra ‘um lugar jogado’), não está muito bem cuidada. Principalmente por conta da Senhora Dona Globo, que utilizou um local bem ao lado da laje pra filmar uma de suas novelas, e deixou lá uma escada meio improvisada e muito entulho de recordação. Informação dada pelo Julio Cesar, que subiu de teleférico conosco. Ah, e que foi ‘segurança’ do Michael quando ele foi lá, apertou a mão dele, falou com ele... Logo atrás da Assembléia, tem um pequeno córrego de esgoto a céu aberto. Diz o Julio Cesar que Michael subiu em cima de uma pedra, pra ver ali no córrego, um rato passar. Eles guardaram a pedra. Taíssa ficou pensando: “Pra que ele foi ver um rato? Pra lembrar do Bem?” xD. Tá aí, se essa pedra um dia ficar em exposição, bem que o nome dela podia ser “Pedra do Ben”, hahahahaha!
A vista é maravilhosa, e inevitavelmente a gente lembra dele.

Como diz o ditado: “pra descer, todo santo ajuda”. E pra nós, era mais vantagem descer via canela, porque tínhamos que fazer uma outra parada nesse tour. E quando a gente desce, rola um “Santiago de Compostela feelings”. Ou seria “São Michael de Santa Marta feelings”? A gente vai pensando, mentalizando, que ele passou por ali também, e parece que a mente fica meio vazia, como se tivesse se limpando, “purificando”, sei lá. Não estou muito boa com as palavras hoje. É como se você pensasse em tudo e em nada ao mesmo tempo, sabe?

Descemos, descemos, descemos. Até achar na Associação de Moradores. Talvez lá alguém soubesse onde Michael deixou a sua assinatura.
Chegamos ali era exatamente meio dia, e tivemos que esperar o local abrir, afinal existe uma coisa chamada hora de almoço. Aliás, lá no Dona Marta, nós fizemos o almoço mais barato que eu já vi na vida: um pirulito Pop! Huahsuahsuahsu. No entanto, o Dona Marta possui o ‘dois litros’ de Coca Cola mais caro do Rio: seis reais! o/
Preferimos o suco!
Quando enfim abriram a associação, não sabiam nos informar onde ficava a assinatura. Mas pelo menos saímos com uns contatos. Na verdade, foi já alguma coisa, porque o nosso medo era de estarmos ali esperando, pra nos informarem que a parede onde ele assinou foi pintada! Aí ia ser bem engraçado, pra não dizer trágico!
Saímos da Associação com uma indicação de alguém que poderia nos dizer onde estaria aquela assinatura. Fomos até a loja do Luiz Paulo.
E ali, onde é a loja do Luiz Paulo, é o outro lugar que está bem presente no clipe. É fácil identificar pelas paredes coloridas na lateral esquerda:

Ele foi muito simpático, e nos contou que a única pessoa ali na favela que teve um maior contato com Michael foi uma menina tetraplégica, que veio de São Paulo, para vê-lo. O Luiz Paulo carregou essa menina, e ficou junto com ela e Michael dentro de uma casa. Oh God!
Sobre o tal dinheiro dado ao tráfico para que o clipe fosse gravado, na verdade esse dinheiro teve outro fim. Os cinco mil reais não foram para o Marcinho VP, e sim para ajudar na reforma e funcionamento do Ambulatório e de uma creche próxima. Bom, não é o jornalista quem vive no local, e que pode contar a melhor versão.
A tão procurada assinatura estava do nosso lado, numa casa fechada. A mesma cara que tem as paredes coloridas, que hoje abriga um projeto social, chamado Grupo Eco. Infelizmente, as pessoas que tem a chave do local não estavam lá, porque trabalham em outros lugares, e naquela hora não estariam ali. Aliás, eles abririam a casa lá para as 16h, porque viria um grupo de uns 100 fãs/turistas baianos, pra visitar os locais onde Michael passou. Demais, né?
Ficamos ali conversando, até que Luiz Paulo nos diz uma coisa no mínimo fantástica: ele tem uma espécie de making of da passagem do Michael pela favela, filmado pelo próprio pessoal da comunidade. Tipo, uns quarenta minutos de imagens que só eles tem lá. É lóóóógico que fizemos uma vaquinha básica pra comprar isso!
O vídeo é o máximo! Dá até pra enjoar de tanto ouvir TDCAU, mas não de vê-lo dançar essa música umas quatro vezes... O melhor é o que o áudio consegue captar, hahahaha:
- MAICOOOOO
- PUTA QUE O PARIU! Nunca que tu pensou ter uma emoção dessa...
- Eu acho que é ele.... (depois de uns segundos) IÉ O ASTRO!
- Olha, é ele! Ai, que emoção!
Haushuashauhsaush! Impagável! Agora mais impagável... É que você vê TDCAU, com o Michael na laje de camisa rasgada... O clipe não exibiu a pessoa rasgando a camisaaaaaa! As três quase que caem pra trás, vendo lá na TV da loja, no meio do beco. Ainda íamos obstruir a passagem, ahsuhaushaus!
Captura só pra ilustrar o drama:

E quando a gente pensa que ia deixar algo pra se fazer numa próxima vez, ou seja, ver a assinatura... Surge, do belo nada, um cara que trabalhava no Grupo Eco, ou seja, as portas da esperança iam se abrir e poderíamos ver a assinatura dele. *__*
 
 

Na verdade, são duas, só que uma já está muito apagadinha. Temos que ver como aquilo ali pode ser preservado, porque aquela recordação não pode ser perdida. Além disso, todo mundo sabe, que esse tipo de coisa, como pinturas no museu, não pode ser tocado. Mas vai segurar fã? Hsuhaushaushuas. Coitado, o cara ficou só rindo da nossa cara (não me lembro do nome dele).
 
 

Até que ele nos contou a sua história. Ele compreendia a nossa euforia, porque quando Michael foi ao morro, ele usou aquela casa também como camarim, e o cara, com seus 13 anos, tava doido pra vê-lo. Na verdade, ele ficou a passos do Michael, lá dentro da casa, mas não podia chegar perto.
Quando ele disse que aquela casa foi camarim, a Liss perguntou: “Michael trocou de roupa aqui dentro?” e fez uma cara tipo assim : O.O’. ? Huashaushuahsuahsuahsuah! Alguém tinha que ter tirado uma foto disso!
E lembra daquela mulher no clipe que o Michael pega na mão dela e pega no... ah, isso aqui:

Então, segundo o Luiz Paulo, essa mulher aí, é tia desse cara que abriu a casa pra gente. É por isso que eu disse que usar ‘coincidentemente’ ou ‘por coincidência’ ia ficar repetitivo demaaais!

Ah... foi um grande dia! Foi muito divertido, o que não é novidade, porque o que não se faz com essas meninas que não é divertido? Mas acho que todas nós, principalmente vendo aquelas imagens que a gente nunca tinha visto, a gente ficou com um nozinho na garganta.
Um super nó, by the way. Eu assumo que, depois que a gente se despediu, voltei pro shopping em busca de um milkshake. Eu não podia me negar essa ânsia por açúcar, senão tudo ia piorar.Ah, mas ouvir aquela fofura cantando Say Say Say: “What can I do, girl, to get through to you, because I love you, baby!”. Aí, sinto muito, mas não dá, tive que chorar.
Parece que eu ainda não sei nem o que seria possível de sentir indo a um lugar como esse, cheio de recordações em cada beco. Mas acho que temos consciência de que essa não será mesmo a ultima visita.
Nós formamos um grupo voluntário que sempre enfatiza que tem como missão ‘continuar o legado de Michael Jackson’. Acho que isso abrange tudo. Além do humanitarismo, temos o dever de cuidar daquelas coisas que ele nos deixou de lembrança, tão perto de nós. Vamos ver algum jeito, algum modo, de fazer algo naquela laje. Não vamos esperar que o digníssimo governador, que no furor do momento declarou que faria uma estátua dele lá na laje, faça alguma coisa lá. Até agora, necas.
Torçam por nós nessa nova odisséia, muito maior que um programa de índio numa tarde nublada de março. E quem quiser, está mais que bem vindo, ou bem vinda, a unir-se a nós.

P.S. Meninas, se eu esqueci de alguma coisa, ponham aí nos comentários!
Amo ocês!
:*