sábado, 24 de abril de 2010

Dussek rules!


Na verdade verdadeira, eu não sei por que gosto tanto das músicas do Eduardo Dussek. Talvez porque são diferentes, são trash. A internet te proporciona essas bênçãos de encontrar uns LPs escondidos e esquecidos.
Well, e lá fui eu, pra Cinelândia, em pleno feriadão, pro show.
Eu e meus mega-programas! Só tinha idoso no show! Ashuahsuahsuahsuhas. Não, pra ser mais justa... Tinham umas quatro mesas com pai, mãe e filhos; umas cinco com casais juntos, eu, e o resto de idoso, hahaha!
Bom, até ele mesmo no show disse que os idosos não gostavam dele, até que ele começou a fazer os projetos da Carmem Miranda e os musicais. Qualquer coisa, eu não sou uma deslocada, só estou seguindo a sabedoria dos mais experientes... ;-)
O show foi incrível, claro! “Dussek de Quinta” é sucesso do Oiapoque ao Chuí. Tipo, teve um show em Oiapoque, outro em Chuí. Esse foi o terceiro.
Detalhe especial para a roupa do cidadão: um daqueles paletós com rabo, tipo de mágico, com camisa azul e uma bermuda de surfista Rip Curl. Combinandinho.
Tem cantores que parecem que cantam melhor ao vivo do que nas gravações, e ele é um deles. E mais do que cantar, ele faz uma mistura com stand up comedy. E fica um show de quinta categoria, como ele anuncia. Ele até agradeceu e dedicou o show à fonoaudióloga dele, que estava na platéia. “Ela é ótima, há vinte e tantos anos comigo... Pessoa maravilhosa, e olha que é da Tijuca!”, hahahahaha!
Pra introduzir Nostradamus, ele comenta com uma das espectadoras: “A senhora não tá gostando no show, né? Eu to percebendo que tem umas horas que a senhora fica meio triste... Tem muita baixaria no show? To falando muita besteira? Então, agora eu vou falar sobre uma coisa mais agradável assim, pra melhorar. Vamos falar sobre... o fim do mundo!”.
A banda era composta por três pessoas somente, mas muito competentes, e ele fez questão de fazer uns arranjos e adaptações muuuuito legais. Ele fez uma bela sacanagem em Rock da Cachorra: depois de gritar ‘ROCK ‘N ROLL, ONE, TWO, THREE, GO!’, a música começa num ritmo frenético de... bossa nova.
E chegou o momento, mais esperado pelo público: o fim. Mas o melhor realmente ficou pro final! Claro que antes, no sentido de esclarecer melhor as coisas, disse qual era a hora mais adequada pra pedirmos o Bis. “Quando chegar no final dessa música, aí vocês pendem, tá?” kkkkkkkkk!  Brega Chique, pra mim, foi a melhor!!! Principalmente na parte: “Realizada em sua mansão em Stutgard, ouvindo Moazrt e Beethoven de montão... ”.
Um espetáculo feito para sanar o estresse da vida atribulada dos cariocas. Valeu, Dussek, realmente, seu show teve efeito!

sábado, 17 de abril de 2010

Sobre a vida e sobre Deus


Só uma coisa a dizer: só pode ter sido Deus quem digitou lá no sistema as notas da prova. É sério, muito sério, não há explicação. As minhas contas deram hiper diferente, nem tinha lá muito esperança de ter uma vaguinha.
Mas vou falar uma coisa: os futuros nutricionistas como um todo não estão preparados mesmo. As maiores notas, pra ser mais específica, três notas maiores, foram 70. Pra mim, isso é baixo. É um alerta.
O problema do site da prefeitura é q ele divulga os nomes com as notas de todos num documento só. Eu não acho certo. Cada um teria acesso a sua própria nota pelo número de inscrição, em local restrito. Porque o que acontece é que você vai ver as notas do povo todo que você conhece. Aí fica aquela coisa: tem pessoas que você esperava um resultado melhor, e outras que você não sabe como tirou aquele raio de nota, já que é um disperso, não aparece nas aulas, nas apresentações de trabalho deixam evidente o despreparo, etc, etc. Viu só? É por isso que as notas tem que ser restritas. Até gente da Veiga eu reconheci lá no meio das notas, kkkkkkkk!
Só sei que há uma grande possibilidade, quase uma realidade, de que o resultado foi positivo. Só falta a classificação final, daqui a um mês. Caramba, fiquei muito feliz!
Enfim, eu estava no trem, e recebi uma mensagem de uma colega de turma, que tirou a mesma nota que eu, estava parabenizando a nós duas, hihi, e agradecendo a Deus por isso. Foi o que eu disse a ela quando achei que não ia passar, que Ele sabia o que era pra acontecer. Sabe, fecha-se uma janela, abre-se outra. E porque não, abre-se até uma porta.
(OBS: Como Michael fica lindo nessa roupa final de HIStory... ^^ Tinha que interromper o pensamento pra dizer isso, sorry)
Essa mensagem acabou me lembrando do que eu tinha visto há uma hora atrás, eu realmente já tinha deixado pra lá. Aí, não sei, me deu uma euforia, uma vontadinha de chorar, misturada com uma vontadinha de dar pulinhos, ou sei lá, só sorrir.
Até que, quando eu olho, tem uma menina em pé no trem. Morena, de óculos, com a roupa do Julia Kubitschek, eu acho. Percebi que ela estava chorando.
Quando você chora um meio de transporte público, a maioria das pessoas não te nota, o que faz com que você se sinta mais lixo do que pensa que é. E algumas poucas pessoas olham com um misto de pena e curiosidade, com uma pitada de ‘não posso fazer nada pra ajudar’. Como eu sei disso?
Bem, foram várias e várias vezes que voltei pra casa na mesma situação que ela. Especialmente quando eu saía do curso de inglês, o que eu queria era um lugar na janela pra ir jogando vento frio na cara (bem como eu fazia no Chevette do papis, quando voltávamos do bar de noite), e chorar até desidratar.
A gente chora no ônibus, ou no trem, porque se você chorar em casa, seus olhos ficam vermelhos, e mães tem olho de lince pra isso. E tem ouvidos de elefante, o que te ensina a chorar no mais absoluto silêncio, e disfarçar alguma falha no seu controle com uma leve tossidinha.  
E vendo ela ali, derrubando lágrimas cheias, que caiam certeiras no chão, fui me lembrando disso tudo. Fui percebendo que tudo que antes me entristecia não mais faz parte da minha vida. Pode até persistir dentro de mim, porque não existe felicidade plena, mas as coisas que  renovam as minhas forças, que me fazem bem são tão maiores, que as pequenas tristezas e ressentimentos ficam lá no cantinho.
E chorei junto com ela. Não sei o que a afligia, só sei que eu a entendia perfeitamente. E sei que, seja lá o que ela esteja suportando, vai passar. Passou pra mim. E o sol brilha pra todos, não ao mesmo tempo. Mas no tempo certo.

Ahhhhh! Tô pra abrir uma página, tipo uma aba especial no blog. Logo, logo vai estar aberta, só preciso ter um tempinho pra dar o pontapé. É coisa boba, só pra não esquecer algumas coisas. E quem quiser, vai poder enviar sua colaboração.    

sábado, 10 de abril de 2010

"Follow me, my friend..."



Let me, let me, let me, let me show you
Let me show you
I'll never let you down
Never let you down
Never let you down
Put your hand in mine
We can do it, we can do it
We can work it out
Work it, work it, work it out
And get on top
Let me show you
Let me show you
Let me show you
Let me, let me, let me
Let me, let me, let me show you


Sim, nós podemos lidar com a ausência.Se pudemos lidar com tudo o que aconteceu, até o presente momento, é porque fomos escolhidos... E somos capazes!
L.O.V.E. É só o que resta. É só o que importa.
Né não, mano?
Photobucket

Dedicado aos que 'acreditam'... Em especial, à Mari. 

Rio 230 milímetros


Sim, o mundo é o próprio caos.
Mais uma vez, como boa e velha carioca (19 anos é coisa pra caramba), participo e vivencio a história sendo feita. A história da perda da dignidade humana.
Na segunda feira, cheguei em casa tranquilamente, porque quem anda sobre trilhos só é afetado mesmo em casos urgentes. E na hora que eu saí, a coisa não era assim tão urgente. Para variar, não liguei a televisão quando cheguei em casa e no dia seguinte, trens com atraso. Mas obviamente eu não tinha a menor noção do que acontecia.
Ao longo do caminho, a gente ia tendo dimensão da situação. Pra ser declarado habitante do Rio 40 graus, além de você ter obrigatoriamente um biquíni, uma cadeira de praia, uma cerveja e um ingresso do show do Mister Catra na mão, é recomendável também ter uma canoa ou coisa do tipo. Ainda tive sorte, porque meu trem não ficou muito tempo parado, e cheguei na Central do Brasil “só” no dobro do tempo normal. E na verdade, nem estava a fim de olhar a altura da água fora do cercadinho da Central. Foi aí que encontrei uma amiga da faculdade em meio a multidão, e nos convencemos, depois de algumas ligações e uma vontade em comum de voltar a dormir, de que era melhor voltar pra casa.
Já comentei aqui, e certamente não foi só uma vez, que muito se foca na tragédia e no sofrimento alheio (por exemplo: o morro do Bumba, em Niterói, virou “cromaqui” de cenário de jornal agora...) e pouco se explora e se cobra o que originou aquilo. Quer dizer, isso até se discutiu nos jornais, mas não foi a pauta mais longa dos programas. Edney Silvestre foi lá filmar o enterro de não sei quantas pessoas, pra extrair o que a morte pode te dar de mais cruel e triste. [Por isso aqui a TV é desligada quando mamãe vai trabalhar] Problemas estruturais são tratados como meras fatalidades. É isso que acontece em São Paulo, é o que vai acontecer aqui, ainda por muitos e muitos anos.
Tem uma professora minha que fala sobre o ‘pacto da mediocridade’ na nossa profissão. É um grande pacto, ele agora é firmado e celebrado na política e nos serviços públicos das grandes metrópoles.
Vou usar aqui um trecho de um texto que é matéria da prova de Educação Nutricional.
“(...) todo o trabalho é espaço formador do ser humano, mas quando impera o exercício do poder, usualmente, esse espaço é deformador do sujeito. A imagem de que detém o poder está associada à imagem de quem tem poder sobre nossas vidas.
Vários profissionais mostram-se sufocados e aprisionados pelo acúmulo de tarefas e sob pressão institucional. Assim, a impropriedade vivida no espaço da dominação significa viver sob o senhorio dos outros, significa, ainda, que esse alguém não é autêntico, os outros lhe arrebataram o ser, que passa a viver como naturalmente dominado.
Trata-se de uma forma alienada de estar no trabalho, possuído pelo trabalho, pelo que está determinado pela cultura dominante da instituição. Uma forma inautêntica de ser, não intencionalmente, mas levados pelo modo de ser harmonizado com as maneiras adequadas de ser no mundo da saúde pública e uniformemente submetidos à sua cultura, absorvidos numa trama de poderes e submissões:
‘(...) lançados num mondo desde o nosso nascimento, somos chamados, convocados a ser o que e como os outros são. Convocados a aprender a sermos impessoais. Somos chamados para sermos como se é no mundo, como se é de praxe, segundo o padrão (...). Esta impessoalidade (...) é um modo de se cuidar da vida inautenticamente.’”
Eliana Villa

Se tem a ver com o assunto ou não, eu não sei, mas esse é um modo de compreender o que é o pacto de mediocridade.
O contraponto entre o conformismo e a autenticidade é fundamental para que algo possa ser mexido nas estruturas do poder, mesmo que alguns edifícios frágeis caiam. Esses sim, devem ser demolidos, para que um novo modo de lidar com as “vidas humanas” (como disse o 777999 vezes o nosso prefeito) seja reconstruído em bases mais sólidas e justas.

Sim, o mundo é o próprio caos.
Mais uma vez, como boa e velha carioca (19 anos é coisa pra caramba), participo e vivencio a história sendo feita. A história da perda da dignidade humana.
Na segunda feira, cheguei em casa tranquilamente, porque quem anda sobre trilhos só é afetado mesmo em casos urgentes. E na hora que eu saí, a coisa não era assim tão urgente. Para variar, não liguei a televisão quando cheguei em casa e no dia seguinte, trens com atraso. Mas obviamente eu não tinha a menor noção do que acontecia.
Ao longo do caminho, a gente ia tendo dimensão da situação. Pra ser declarado habitante do Rio 40 graus, além de você ter obrigatoriamente um biquíni, uma cadeira de praia, uma cerveja e um ingresso do show do Mister Catra na mão, é recomendável também ter uma canoa ou coisa do tipo. Ainda tive sorte, porque meu trem não ficou muito tempo parado, e cheguei na Central do Brasil “só” no dobro do tempo normal. E na verdade, nem estava a fim de olhar a altura da água fora do cercadinho da Central. Foi aí que encontrei uma amiga da faculdade em meio a multidão, e nos convencemos, depois de algumas ligações e uma vontade em comum de voltar a dormir, de que era melhor voltar pra casa.
Já comentei aqui, e certamente não foi só uma vez, que muito se foca na tragédia e no sofrimento alheio (por exemplo: o morro do Bumba, em Niterói, virou “cromaqui” de cenário de jornal agora...) e pouco se explora e se cobra o que originou aquilo. Quer dizer, isso até se discutiu nos jornais, mas não foi a pauta mais longa dos programas. Edney Silvestre foi lá filmar o enterro de não sei quantas pessoas, pra extrair o que a morte pode te dar de mais cruel e triste. [Por isso aqui a TV é desligada quando mamãe vai trabalhar] Problemas estruturais são tratados como meras fatalidades. É isso que acontece em São Paulo, é o que vai acontecer aqui, ainda por muitos e muitos anos.
Tem uma professora minha que fala sobre o ‘pacto da mediocridade’ na nossa profissão. É um grande pacto, ele agora é firmado e celebrado na política e nos serviços públicos das grandes metrópoles.
Vou usar aqui um trecho de um texto que é matéria da prova de Educação Nutricional.
“(...) todo o trabalho é espaço formador do ser humano, mas quando impera o exercício do poder, usualmente, esse espaço é deformador do sujeito. A imagem de que detém o poder está associada à imagem de quem tem poder sobre nossas vidas.
Vários profissionais mostram-se sufocados e aprisionados pelo acúmulo de tarefas e sob pressão institucional. Assim, a impropriedade vivida no espaço da dominação significa viver sob o senhorio dos outros, significa, ainda, que esse alguém não é autêntico, os outros lhe arrebataram o ser, que passa a viver como naturalmente dominado.
Trata-se de uma forma alienada de estar no trabalho, possuído pelo trabalho, pelo que está determinado pela cultura dominante da instituição. Uma forma inautêntica de ser, não intencionalmente, mas levados pelo modo de ser harmonizado com as maneiras adequadas de ser no mundo da saúde pública e uniformemente submetidos à sua cultura, absorvidos numa trama de poderes e submissões:
‘(...) lançados num mondo desde o nosso nascimento, somos chamados, convocados a ser o que e como os outros são. Convocados a aprender a sermos impessoais. Somos chamados para sermos como se é no mundo, como se é de praxe, segundo o padrão (...). Esta impessoalidade (...) é um modo de se cuidar da vida inautenticamente.’”
Eliana Villa

Se tem a ver com o assunto ou não, eu não sei, mas esse é um modo de compreender o que é o pacto de mediocridade.
O contraponto entre o conformismo e a autenticidade é fundamental para que algo possa ser mexido nas estruturas do poder, mesmo que alguns edifícios frágeis caiam. Esses sim, devem ser demolidos, para que um novo modo de lidar com as “vidas humanas” (como disse o 777999 vezes o nosso prefeito) seja reconstruído em bases mais sólidas e justas.

domingo, 4 de abril de 2010

Tensããããão pós prova



Oito horas da manhã. Tenso, muito tenso.
Cá estou eu, "sentada nessa sala que 'já' foi minha", em plena Veiga de Almeida, para cumprir esse novo desafio. Há poucos minutos atrás, terminei de ler a apostila de materno-infantil. Bom, se eu não aprendi há seis meses atrás, não vai ser agora que eu vou aprender.
Já tive uma boa dimensão de que ninguém está aqui pra brincadeira. Um mar de gente. Tudo bem que tem medicina também, concorrendo às suas vagas.
Porra, a cada hora que eu olho tem um Uniriense mais. Beleza, tá legal a coisa! xD
Alguém aí sofre de bexiga tensa? Pois é, eu tenho esse problema. Que legal falar num blog que a pessoa não consegue fazer xixi antes dessas provas tensas que caem num domingo, cheias de gente e camelôs na rua, provas essas conhecidas como concurso.Acho que blog deve ser pra isso, não?
Bom, chega, ainda tenho que esperar 50 minutos aqui sem fazer nada. Fui.

***

Agora, concordo que é mesmo um erro colocar um concurso no meio de um feriado religioso. Primeiro porque ele perde totalmente o sentido quando você tem que acordar cedo e pensar em mil coisas, isso tudo durante a manhã. E segundo porque eu detonei minhas caixa de bombom antes do domingo chegar. Nossa compulsão não respeita regras.
Agora esse ciclo está temporariamente encerrado. Até que saia o resultado. Eu já estou mais que feliz, porque percebi que o fato de ter estudado ajudou bastante. Tipo, eu lia as questões e entendia, já é um bom começo! 
No momento já estou enrolada com outraaa coisa, não sei como vou deslanchar meu projeto de IC. E quero finalizá-lo pra sexta feira. o/
This is it!