domingo, 29 de janeiro de 2012

Como se três prédios caíssem na sua cabeça

Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer.
Jurei que ia começar a minha segunda feira com este pensamento. Fui perseverante e insistente. Dar novo sentido às coisas antigas é muito difícil e demanda tempo. Ainda mais quando você não pode instituir alguma espécie de dedicação exclusiva para a sua vida. Ou melhor, para a desfragmentação e reconstrução da sua vida.
Em alguns dias, você acorda destinado a ter um bom dia, a ver e a ouvir as coisas mais carinhosas das pessoas. E trabalhar com clínica te traz umas bençãos vez por outra. Coisas que te emocionam e te sensibilizam de forma muito especial. O que eu faço é algo muito ridículo, muito insuficiente, mas quando mesmo este pouco faz bem a alguém, eu me sinto muito feliz.
Ah, a sensação de dever cumprido! Sensação efêmera esta, porque quem busca desafios, está sempre com deveres pendentes...

A monografia e eu... A monografia e eu... Mais um ano se passou e nem sequer ouvi falar seu nome!! 
A bendita, ou quem sabe maldita, monografia. A que me amedronta e me angustia. Péssima hora para despertar o máximo da sua capacidade de ordenação de ideias, discussão e criatividade. Deviam pedir pra fazer esse troço no quarto período, quando a gente ainda tem medo de alguma coisa e tem saco de alguma coisa. Depois de 5 anos? Você quer é que todo o mundo se foda! Eu particularmente não tenho mais condições físicas (será que se eu levar o laudo da escoliose eles me liberam?) nem emocionais (vou ter uma crise depressiva na secretaria, talvez me passem direto) para empreender tal projeto.
Ah, vá, nem estamos tão mal. Eu tinha que escrever 15 páginas até esta semana. Escrever 5 até o momento.
Pode dizer Uhul?

Bom, o que mais fiz esta semana?

Eu dormi. Bastante. Muito mesmo.
Mas além deste fato muito relevante, na quarta feira eu estava fingindo para mim mesma que estava fazendo algo relevante na minha monografia e então três prédios caíram no Centro do Rio. E eu tomando sustos HOMÉRICOS com a vinheta de 'Urgente' da JB Fm. As vinhetas são boas porque já te deixam nervosas e apreensivas antes de saber o que é.
Admiro a capacidade que a imprensa tem de perceber o que é uma notícia importante e uma notícia que interfere na história de um país. Pena que não temos esta capacidade. E aí as oportunidades que a gente deixa passar porque não percebeu que pertenciam à tag urgente. Agora já era.
Eu sou uma pessoa muito fria quanto a tragédias, digo, a maioria delas. Porém, há muito tempo uma destas não me chamava novamente ao planeta Terra. Muito se discute nestes casos de quem é a culpa, o que acho justo pela memória de quem perdeu a vida. Porém, este tipo de coisa me faz parar para pensar em vida e em Deus. E em que merda estamos fazendo aqui.
Isso é uma tragédia. Algo que reuniu uma infinidade de condições para que aquelas pessoas estivessem ali naquele horária. Você, cara pálida, já teve preguiça de ir a um curso de informática. Algumas vezes você faltou, algumas vezes você foi obrigado, porque a tua mãe ia te encher de porrada se você não fosse. Dentre outras milhões de intempéries que podem modificar a tua vida para que você esteja em determinado lugar para viver determinada situação.
Estes prédios também caíram de forma metafórica na minha cabeça. Quantas são as pequenas tragédias que construímos nas nossas vidas, com quantas derrotas já nos 'autopunimos'. Tragédias autoimpostas, não são reais.
Acontece que a vida não é bem assim. A gente não muda tão rapidamente e não modifica nossos hábitos emocionais mais íntimos num período tão rápido quanto o tempo que a imprensa levará para esquecer este caso.
Moderação. Essa é a minha palavra de ordem.
Calma. Essa é a palavra que tenta dominar minha emoção.
Enquanto der, enquanto eu puder, vai ser isso aí. Eu vou dormir, eu vou cumprir meus compromissos nas horas vagas, eu vou deixar minhas unhas cor pistache borradas, eu vou caminhar pacientemente até onde estiver a minha paz, eu vou moderar minha raiva e minha intolerância, eu vou ter calma para esperar as respostas que procuro.
Até quando eu aguentar. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Resoluções das próximas segundas para o resto da vida

Domingo é um dia instável.
A preguiça, e a vontade de resolver todos os problemas, e o desânimo, e a tristeza, e o tédio, e uma inesperada vontade de começar tudo outra vez.
E assim não dá para ser. Porque desse modo, o ano se incia de maneira lamentável em diversos sentidos.
Nunca é o melhor momento para se prometer qualquer coisa. Mas aí vou eu.

A partir de segunda, eu vou dar valor ao que realmente tem valor, e não vou dar mais atenção ao que não me leva a paz.
Eu vou reconhecer que amo, simplesmente isso, e vou desprezar tudo aquilo que me leva a odiar.
Nada é tão ruim quanto parece, e nada é tão bom que não possa ficar ainda melhor.
Prometo que vou me dedicar às coisas que são de minha responsabilidade. E vou tentar fazê-las da melhor maneira possível, mesmo que esteja de saco cheio há milênios disso tudo. 
Lutas são empreendidas a todo momento, a cada segundo. Sei que pelo menos algumas delas eu vou vencer, e já estou vencendo.
Não é o melhor dos meus dias, mas é o que eu tenho. Só quero passar por estas fases sem dever nada para ninguém. E quero passá-las sozinha mesmo. Nunca foi muito diferente disso, mas eu sinto que agora é o mais sábio.
E eu prometo que a partir de segunda, eu começo a abolir a gordura saturada da minha vida.
Mas isso aí é só amanhã mesmo. Só amanhã.