sexta-feira, 29 de junho de 2012

Em construção

Fiquei por uns instantes olhando pra home do Blogger, pensando se deveria escrever no meu diário pessoal ou no meu diário público... E considero que seja importante dividir algumas coisas que vejo através do mundo que carrego dentro de mim, com outras pessoas.
Tenho pensado muito nas contradições às quais nos submetemos. Quantas coisas sem o menor sentido...
Quantas vezes temos um objetivo e um sonho, e tudo que fazemos nos encaminha cada vez mais longe do que queremos. Vamos no sentido contrário sem querer. Coisas que recriminávamos anteriormente, hoje fazemos sem o menor peso na consciência. Coisas que defendíamos com unhas e dentes, hoje nós largamos de mão, ignoramos.
Não é vergonha localizar estes erros dentro de nós. Mas talvez seja vergonhoso manter-se voluntariamente no mesmo erro. O que é viver, afinal? Ver o tempo passar e destruir tudo aquilo que um dia sonhamos conquistar?
Tem alguma coisa errada.
Exemplo clássico que eu já vivenciei. Pessoa ouvindo um funk daqueles do seu lado, mostrando o repertório pros amigos. O que você subentende pela escolha? Isso aí mesmo que você pensou. Não mais que de repente, começa a cantar com emoção aquela música número 1 de casamentos evangélicos, 'ontem, namorada, noiva, agora sua mulher', sabe?
Quem é essa pessoa, na verdade? O que diabos ela quer?
Claro, é uma comparação pobre, gosto musical é algo muito 'volátil', porém é algo que ilustra o quanto as pessoas levam suas vidas de forma contraditória. E depois reclamam e não entendem do que está acontecendo.
É fato que felicidade é algo difícil de sustentar. A verdade é que não temos um estado de felicidade, temos momentos de felicidade. Infelizmente, a dinâmica do nosso mundo atual, com as coisas mudando rapidamente, influenciam os indivíduos a 'enjoar' de uma coisa muito rapidamente. E isso é uma barreira muito grande pra que aprendamos enfim a conservar e prolongar este estado de felicidade. Tudo parece meio rotineiro e chato... 
Mas aí é que está o grande mistério da vida, encontrar nos simples e corriqueiros momentos os motivos para seguir em frente, sempre tentando ser uma pessoa melhor.
Eu já passei por muitas dificuldades ao longo da vida, dos mais diversos âmbitos. Hoje, eu sinto que cheguei em um lugar que não pensava que fosse alcançar tão rápido. No entanto, a necessidade imperiosa me fez tirar força de não sei onde para completar muitas metas que foram traçadas. E só essa experiência pessoal me permite visualizar certos fatos da vida de uma maneira diferente.
Eu vejo o que falta em mim e o que sobra nos meus semelhantes, e percebo claramente que ninguém se sente completo. E isso é tão inevitável, às vezes... É tão natural, é da natureza inconformada e imediatista do ser humano achar que não tem nada e não perceber o que tem ao seu redor.
Todos os problemas são difíceis, todos os problemas tem seu peso e sua importância, para qualquer que seja a pessoa, qualquer que seja o contexto. No entanto, gostaria de dizer aos que amo que seus problemas não são tão grandes quanto parecem... Às vezes, são coisas tão objetivas, que são resolvidas com foco, determinação e perseverança. Quando o sonho é presente e forte, isso se constrói de maneira muito produtiva.
Agora, aqueles problemas em que não nos alcança resolvê-los, e para aquelas situações em que não há solução, mais do que esses atributos, você precisa de coisas que eu considero muito mais complicadas de se construir: paciência, confiança em si mesmo e confiança no futuro.
Este é o momento que eu estou vivendo.
E por isso, por entender a todos que enfrentam problemas, desejo que todos os meus amigos queridos, pelos quais tenho grande admiração e respeito por me suportarem, possam encontrar as respostas às suas perguntas. E se um dia eu puder ser útil, ficarei feliz em poder contribuir.
Sei que também estou perdida, mas por estarmos todos no mesmo barco, quem sabe seja mais fácil enxergar o farol que pode nos guiar à terra firme.

sábado, 23 de junho de 2012

Um novo começo

É.
Há algum tempo, nenhum momento parece ser o melhor para escrever.
Talvez seja o momento ideal para voltar atrás e processar aqui uma mudança.
Dei uma olhada nos meus últimos posts e me lembro muito bem de como iniciei este ano de 2012. Completamente sem esperanças e perspectivas de que pudesse acontecer algo de bom. E isso de uma certa forma acabou se refletindo nas perspectivas de escrever algo decente. Não me interessava nem um pouco ter um assunto para desenvolvê-lo. Para quê?
Muitas coisas aconteceram este ano até então.
Finalmente, eu consegui me formar. Em circunstâncias muito adversas, eu concluí meu curso. A via crucis que tive que percorrer para contar esta realização hoje foi tortuosa. Por muitas vezes pensei em desistir, mas eu não podia mais. Há caminhos que não nos dão a chance de voltar.
Depois de estudar incessantemente feito uma filha da puta desde agosto do ano passado, eu consegui o que mais queria: um emprego. O campo da nutrição está cada vez mais fechado para os novatos, e era isto que mais me tirava a minha energia para continuar lutando. Pensava eu, do que adiantaria lutar tanto, fazer tantas coisas, para no fim não poder mostrar do que sou capaz?
Graças a Deus, tudo deu certo no fim. Só eu e Ele sabemos o que eu passei. Minha mãe teve umas amostras da situação, mas nada que se compare.
Eu sobrevivi à total falta de ânimo, sobrevivi às crises nervosas e às doenças psicosomáticas. Sobrevivi. E hoje posso contar com tranquilidade e com um sorriso no rosto tudo que passei aos amigos.
Agradeço imensamente a todas as pessoas que me ajudaram nesta caminhada. Foi o fato mais surpreendente de toda a caminhada. Agradeço tanto aos que me apoiaram voluntariamente e por acreditar em mim, tanto àqueles em que as circunstâncias me fizeram depender de suas decisões para que eu pudesse me formar em caráter extremo de exceção. Muito obrigada!
Aos poucos amigos que puderam acompanhar estes momentos e que não se furtaram em me dar todo o apoio possível, mesmo que eu já estivesse completamente louca e desequilibrada emocionalmente, eu agradeço a vocês.
Eu agradeço à minha mãe, tadinha, que testemunhou no mínimo umas três crises brabas de choro que não me deixavam nem dormir, e por todo o apoio logístico empreendido (casa, comida, roupa lavada e passada, etc, etc) muito obrigada.
Foi uma grande realização na minha vida poder trabalhar. E ter que trabalhar com os pacientes mais graves, principalmente, uma lição de vida e uma lição de que a busca pelo conhecimento deve ser permanente, pelo bem do próximo. E também pelo meu bem, porque essa coisa de só fazer uma coisa por dia, ou seja, trabalhar, não sei, pra mim parece muito pouco!
Essa conquista reavivou muitos sonhos, muitas esperanças dentro de mim. Ter o mínimo de independência é ótimo, e com isto quero mudar muitas coisas. Ao mesmo tempo e agora. Mas ainda tenho que ter paciência para esperar o momento certo para isso.
Felicidade é um estado muito efêmero e inconstante, por vezes. Mesmo com tantas alegrias, algo parece faltar. É como se uma parte da história não tivesse sido escrita.
Tenho raiva de mim mesma por me sentir triste às vezes. Mas acontece, ou melhor, tem acontecido. Ainda não sei exatamente como mudar essa situação, mas sei que não é com inércia que as coisas vão se resolver.
Além de todo esse turbilhão de emoções, nesse ano também acabei conhecendo uma nova forma de pensar e de ver a vida. E é sempre assim, as coisas sempre aparecem na hora certa. Definitivamente, este é o momento decisivo para que eu possa refletir sobre tudo que fiz e tudo que eu posso fazer, para poder definir meus novos rumos como pessoa. Preciso me conhecer melhor, apreciar minha própria companhia, lutar contra as coisas que não me deixam ser uma pessoa melhor.
Não é algo que se conquista de uma hora para outra, e tudo isso exige paciência. O que é muito difícil, porque nossos vazios internos vão nos consumindo, sugando nossas motivações e destruindo as nossas esperanças num amanhã melhor. Mas eu tenho que lutar, todos nós temos que resistir, para o nosso próprio bem.
Sei que tudo o que fiz valeu a pena, por mais que ainda não tenha colhido tantos frutos como esperava. Ainda pego longos trajetos no ônibus cheio, ainda moro na mesma casa, com as mesmas roupas velhas, a mesma miopia de sempre... Quase nada mudou. Mas não vai demorar para chegar onde quero, quero crer nisso.

domingo, 10 de junho de 2012

Antes tarde que nunca

Talvez seja tarde para o presente post, porém não considero justo deixar de registrar algo importante.

Deixar seu legado, tornar-se imortal. Temas que se tornam tão surreais em nossas vidas corriqueiras. No entanto, este é o nosso objetivo, em cada uma de nossas ações, sem nos darmos conta.
É para isto que estamos aqui. Para sermos presentes. Para que nossos sentimentos se multipliquem nos corações dos que amamos.
Para que a morte não conduza a nossa alma à inércia.
Donna, Maurice, Robin, vocês chegaram lá.

Maurice Gibb - Closer than Close




Robin Gibb - Boys do fall in love




Donna Summer - I feel love