quarta-feira, 1 de maio de 2013

Eu vi: Angela Maria - Eu voltei


Angela Maria volta aos palcos no alto de seus invejáveis 84 anos com toda a maestria de uma grande dama da música brasileira.
Não conhecia muito o seu trabalho, mas fui vê-la porque há que se aproveitar estes grandes mitos vivos. Chega dessa história de lembrar de quem é importante depois que é tarde demais, a celebração é em vida!
Com seus pulmões em plena atividade (pleníssima, diria eu), Angela interpreta seus sucessos, cantados em coro pelas senhoras e senhores que lotaram o teatro, além da minha amiga Elisa, seguramente a fã mais jovem de Angela Maria no Brasil! Hahaha!
Gostei muito do show, pela qualidade da banda (por mais que tenha ocorrido um desagradável erro de microfonia e um descompasso básico numa das músicas...), pela acolhida dos fãs de Angela que cantavam todas as músicas em coro, mas principalmente pela capacidade de interpretação das músicas, que dava uma leveza muito especial a apresentação.
O show foi curtinho, o tempo passou voando... Mas sinto-me privilegiada pela oportunidade de conhecer Angela Maria, com toda a sua amabilidade e simpatia.

Ah, e há que se comentar que, finalmente há uma vantagem de ser cliente Net, os 50% de desconto nos espetáculos do Theatro Tereza Rachel!! Hahahahaha! O teatro é muito bonito, tem uma estética vintage rústica, com muita madeira e muito luxo. Excetuando as roupinhas horrorosas que eles fazem os funcionários usarem, ficam parecendo comissários de avião dos anos 60. Usar aquelas roupas é quase um assédio moral da Net, hahahahahaha!



sábado, 30 de março de 2013

Da Enseada a Taquara

E terminou mais uma reunião na Fundação... Nas despedidas, ofereceram-me uma carona até a tijuca, mas como teria que pegar um ônibus com tempo de trajeto parecido, optei por ir mesmo de ônibus.
No ponto, uma senhora que aparentava ter uns setenta e poucos anos me pergunta: "Aqui passa ônibus para a Taquara?".
Taquara??? Na Enseada de Botafogo?
Transmiti o meu espanto à senhora. Ela ficou biruta, rodou pelo ponto atrás de alguma informação, sem êxito. E acabou voltando a ficar a meu lado. Fez-me a mesma pergunta, como se não tivesse acabado de falar comigo.
Disse a ela que teria que ir para a Central ou para a Prefeitura e de lá pegar outro para a Taquara.
'Mas que lugar é esse aqui?'; 'É Botafogo', eu respondi. 'Mas como a senhora veio parar aqui?'; 'Ah, eu vim junto com um casal mas eles me deixaram aqui, eu me perdi... E agora, como eu vou voltar para casa?'
Sugeri que ela fosse até a Prefeitura então, pois vinha o 457. Entramos no ônibus, e pedi ao trocador para comunicá-la quando chegasse na Prefeitura.
Fui para a parte de trás, mas não a perdi de vista. Fiquei pensando: 'devo delegar a outra pessoa que faça algo que eu deveria fazer? E mais... Essa senhora não vai conseguir pegar este ônibus sozinha!'
Uma senhora nem um pouco LOTE (lúcida orientada no tempo e espaço), andando por aí com 50 reais na bolsa (tirou o dinheiro quando resolveu que ia pegar um táxi), disse-me que queria ir a Copacabana para uma reunião de família, mas se perdeu, e atribuiu a sua confusão ao fato de ter se desentendido com uma amiga.
"Isso me deixou muito triste, quando a gente precisa de companhia, de carinho, a pessoa faz isso... Mas não tem problema, eu tenho carinho das pessoas, de vocês, daquele casalzinho no ônibus, de todo mundo"
Coloquei a senhora no ônibus e pedi ao motorista que a deixasse no Largo da Taquara, onde ela prometeu que se achava. Perguntei a rua onde morava, e soube me informar com precisão.
Só espero que ela tenha conseguido chegar em sua casa...

E se eu tivesse aceito aquela carona?

A vida é uma curiosa e intrigante rede de relações. Temos que estar atentos para observarmos os curiosos movimentos que ela pode fazer. Temos que estar atentos para nos aproveitarmos destes conhecimentos que surgem a todo momento, havendo a necessidade de se realizar somente algumas reflexões simples.
O que quero para minha vida? O que quero para a humanidade?
Fiquei olhando aquela velhinha e fiquei pensando na minha mãe.
Se somos todos habitantes de um mesmo mundo, parece ser lógico que queiramos para todos os nossos semelhantes aquilo que almejamos para nós mesmos e para nos nossos entes mais próximos.
Está na hora de prestarmos mais atenção neste mundo, que está pedindo socorro. Gente suplicando por carinho, por atenção, a que ponto chegamos!
É preciso olhar pra dentro e pensar no bem que queremos alcançar e como torná-lo realidade. É preciso olhar pra fora, irradiar o bem construído internamente e auxiliar o próximo.



Eu vi: Boom, de Jorge Fernando

O que dizer de uma peça de Jorge Fernando?
Puro talento e escracho!

Boom é uma peça bem insana, que condensa várias loucuras baseadas no texto de Luis Carlos Góes e as tiradas que Jorge Fernando faz com a platéia no momento do espetáculo.



O espetáculo foi muito divertido, pois ontem foi aniversário do Jorge. Ele entra no palco vestido de velha (interpretando sua mãe, na verdade!), segurando um bolo com velinha e tudo! Por isto mesmo, tornou-se um espetáculo especial, que contou com a presença de sua mãe, irmã, neta, e até ex-esposa (!). 

Sinhá Sinhazinha, a Barbie Gordinha

Outra coisa que fez o espetáculo ser ainda mais esquizofrênico foi a falta de ensaios, hahahahaha! Eles não faziam o espetáculo há dois anos e, digamos, não ensaiaram muito. Erros de luz, sonoplastia e de texto tornaram o clima muito melhor, curiosamente!
Ah, não tem nem o que dizer... Se você ama Jorge Fernando, como eu, você vai amar Boom!
Semana que vem nos vemos em Salve Jorge Fernando, que segundo ele, 'é igual, mas é diferente...'

Momentos marcantes:
"- Imagina que tem um relógio ali no chão... Manu (a neta), qual a cor do seu relógio?
- Violeta
- Violeta? Porra, tinha que ser neta de viado mesmo, hein?"

"Já viram um sonoplasta ser morto? Não? Então vocês vão ver lá fora quando acabar o espetáculo." 

"Aliás, a primeira vez que eu dei a bunda foi aqui no Méier!"

sábado, 16 de março de 2013

Eu comprei: Emílio Santiago - Só Danço Samba


Emílio Santiago continua no Samaritano no momento... Mas a beleza do artista é justamente a de poder transportar seu espírito de belas criações, e além de estar lá em Botafogo, está aqui em casa, arrebentando as caixas do som...
Esse DVD é uma aquisição que vira patrimônio, vale muito! Um artista de qualidade ímpar, que infelizmente é engolido e esquecido pela mídia comum. É muito triste vivermos em meio a este completo esquecimento... Geralmente só lembramos das pessoas quando morrem ou aparecem doentes. As pessoas que merecem devem ser celebradas permanentemente.
A seleção de músicas é muito boa, mas destaco Olhou pra mim, uma música que foi gravada também por Tim Maia, um daqueles sambas classe A; as músicas estilo crooner Misty, Solamente una vez, e especialmente Eu e a Brisa... Essa música do Johnny Alf é uma daquelas que conversa fluentemente com a minha alma... Claro que chorei, né...
O repertório conta com outras músicas músicas conhecidas do público, como Samba de Verão, que dispensa comentários; Logo Agora, pela interpretação do Emílio; Chega, que eu adoro na interpretação de Mart'nália; Sambou...Sambou do grande deus João Donato.
Sem maiores comentários para Verdade Chinesa e Saigon...
Fica este singelo post para registrar meu anelo de que ele se recupere plenamente e possa ainda mostrar ao mundo esse talento excepcional.



Eu fui: Temperos, de Guidi Vieira


Na terça feira, rolou um show de lançamento do show 'Temperos', de Guidi Vieira, no Centro Cultural Justiça Federal.
Sabe aquela coisa de 'ele é filho de um amigo da minha sobrinha'? Hahaha!
Guidi é filha de uma amiga de uma amiga minha, hahahaha! Já sabia de sua filha cantora, mas, caramba, que grata surpresa ao ver este show e ver que ela é uma cantora maravilhosa!
Fiquei feliz de poder ter vivenciado o belo trabalho de uma cantora brasileira que está aí lutando para mostrar e divulgar um trabalho de muita qualidade. Percebi naquele instante que aquela ocasião era uma consagração de muitas batalhas travadas com as dificuldades de se 'viver de arte' neste Brasil.

Segue Facebook da Guidi para informações dos shows e divulgação:  https://www.facebook.com/guidivieira
Mais do que aprovada e recomendada!

domingo, 3 de março de 2013

Um novo começo

Dia 2 de março.
Acordo antes das 7h, meio zonza... Tomo meu café e vou pro meu quarto.
Tenho uma crise existencial de mais ou menos meia hora... Escrevo tudo que sinto em meu caderno de estudos. E depois começo a realmente pensar no que iria acontecer neste dia.
Dia 2 de março, também conhecido como ontem, foi o dia em que ocorreu meu ingresso na Fundação Logosófica.
Mesmo com todos estes meses de convivência com os ensinamentos, com as pessoas e com as escolas logosóficas, compreendi naquele momento que tudo será diferente agora. A responsabilidade é muito maior... E isto me anima muito!
O ambiente logosófico é diferente, digo, MUITO diferente de qualquer lugar que já tenha ido na vida. É impressionante sentir o espírito de acolhimento do lugar... Você se sente querido de verdade, e isso sempre vai estar guardado na minha memória, e sempre presente como um exemplo.
E neste dia, conheci muitas pessoas novas, e fui tratada como se me conhecessem de toda a vida... Impossível não amar este lugar...
Ao sermos apresentados aos discípulos 'veteranos', via a alegria estampada em seus rostos. Fiquei muito feliz com isso!
Enfim, aconteceram muitas coisas.... Mas dentre elas a mais especial foi ouvir uma conferência de González Pecotche. Além de considerar um ato de boas vindas do próprio Maestro, foi algo mais que surreal ouvi-lo, pois ele nos incentivava na entonação da voz. Aquela voz pungente, intensa, que literalmente te empurra a seguir caminhando. Na verdade, houve um momento em que não conseguia mais prestar atenção no ensinamento em si, mas na sua forma de incentivar seus discípulos... Este foi o momento inesquecível da noite.
Bueno, com isso pretendo reforçar meus estudos e também abastecer mais o blog da Logosofia que eu tenho.
Recomendo a todos que procurem saber sobre a Logosofia, pois hoje não temos recursos necessários para entender o que acontece em nossas vidas, nem mesmo conseguimos compreender porque o mundo se encontra tão confuso. E o conhecimento proposto por Pecotche é lúcido e consistente o suficiente para esclarecer muitas dúvidas que temos.

sábado, 26 de janeiro de 2013

As reflexões verpertinas provocadas por "A Usurpadora"

Um dos meus poucos momentos de distração durante o dia é quando deito no sofã com o braço pra fora, coloco meu gelo no ombro (estou com bursite)  e vejo A Usurpadora, uma das grandes tramas novelísticas latinoamericanas. E depois da nonagésima oitava vez que eu vejo essa novela, eu sempre acho coisas diferentes das vezes anteriores.
Por exemplo, arrependo-me amargamente de ter me apaixonado pelo Fernando Colunga, ele é um idiota sem perdão. O Miguel de León é infinitamente superior, por mais que creia que com influência e poder possa conseguir tudo o que quer (o pior é que, muitas vezes, esta máxima é verdadeira).
Bom, queria escrever sobre as duas faces interpretadas por Gaby Spanic. Antes sempre encarava Paulina e Paola como pessoas muito diferentes, opostas por completo. mas hoje tenho outra percepção.
Não é tão simples assim, Paola é a má, Paulina é a boa.
As duas carregam forças internas muito potentes, a diferença é que cada uma transportou sua força para uma índole diferente. Parece ser a mesma coisa que separar em bondade e maldade.
Porém, como diria Michael Jackson, quando se é bom, se é mau. Afinal, quando um ser expressa forças de bem, ele tem que combater forças opostas, sendo uma ameaça para estas.



Paulina Martins é ser excepcional! É como uma cavaleira da decência chegando a uma terra sem leis, a casa dos Bracho.
Velha cachaceira, cunhada louca e carola, cunhado idiota e infiel, marido estúpido, filho psicologicamente desajustado, vida financeira prestes a desmoronar. Essa é a pequena lista de problemas que Paulina se propõe a resolver. Uma tarefa hercúlea, visto que ela tinha como antecedentes as loucuras características da verdadeira Paola.
Sinto informar-lhes, mas uma pessoa boa, e somente boa, não teria feito metade do que ela fez. Paulina Martins reúne algumas caraterísticas notáveis:
- pró-atividade: quando se põe a frente de todas as situações que se apresentam como complicadoras, como pedir o dinheiro ao Douglas Maldonado, ou até embalar louça quando os funcionários faltam ao trabalho.
- coragem: essa é fundamental, e nos demonstra que o medo é por vezes necessário, mas nunca pode limitar nossas atitudes. Nos primeiros capítulos, Paulina esbugalha os olhos, dá um passo para frente e chama Carlos Daniel de 'Covarde!!', e depois dá um passinho para trás, como se tivesse consciência de estar cutucando onça com vara, mas sem se privar de expor a verdade.
- sensibilidade inteligente: demonstra-se na suas atitudes com seu filho Carlinhos. A situação é complicadíssima, pois o menino foi muito mimado e repreendido desmedidamente por erros comuns, é uma pequena mente atormentada. No entanto, é uma criança naturalmente sensível, que percebe claramente e expressa todos os conflitos emocionais (tô aprendendo muito com esse menino! hahahahaha). Paulina percebe todos esses elementos e entende que ele já é bem grandinho para dar justificativas de suas atitudes erradas e para entender os motivos de qualquer solicitação de seus pais. Carlinhos tenta manipular os pais, mas Paulina sempre vence. No momento em que estão no hospital, ele diz que prefere morrer de fome a usar muletas, e Paulina com o maior carinho do mundo explica que, sele não comer, vai pedir para que passem uma sonda para alimentá-lo. No segundo seguinte, ele começa a comer. Sem mentiras nem truques, respeitando a inteligência da criança, ela dá uma lição.
- Respeito até mesmo à Paola: na boa, você ama o Fernando Colunga, ele acha que você é a mulher dele, e você se priva de aproveitar a situação? Questão muito difícil, ainda não tenho uma resposta pessoal para esta pergunta! Hahahaha!

Tem outras atuações interessantes da Paulina, mas é interessante perceber que, como irmãs gêmeas, uma linha muito tênue a separa.
Paulina tem uma garra e uma força que deve ser digna de observação. E todas as suas atitudes estão envolvidas em objetivos de bem. O nome disso é espírito evoluído. Ou melhor, ela consegue incluir os anseios de uma mente superior, que estão sempre ligadas aos anseios de nosso espírito, em todas as atividades que se envolve, até mesmo as mais comuns. Vive que se vive com a integração do espírito é uma vida mais feliz.
No caso dela, a vida de Paulina não é feliz porque está firmada num erro, ou melhor numa farsa.



Paola pode ser mais divertida, pode dar suas memoráveis risadas, mas tem um espírito bem escondidinho. Uma toda a sua força interna para satisfazer as necessidades do seu instinto, e usa pouco suas faculdades mentais... Paolão é Paolão, diva absurdette, porém digna de pena se analisada na sua conformação psicológica.
Vou pensar sempre em Paulina Martins quando estiver estudando deficiências e antideficiências, manifestações do espírito, mística e afins...
Porque pra alguma coisa a gente tem aproveitar nesses nossos hobbies! :P

Para encerrar, uma sequência muito boa! E que mostra muito bem o quanto Paola Bracho é um ser involuído. (Para entender, visite meu blog Vivendo Logosofia! hahaha!)