domingo, 27 de setembro de 2009

Nescafé, Nescafé... Oh God, she's taking Nescafé...

Sabe o significado de estar saturada? Pois é, estou assim. Eu fico muito triste de estar desse jeito, de ter que me submeter a isso. Eu sempre acho que as coisas podem ser feitas de um jeito diferente.
É claro, certa pressão é necessária, porque senão o ser humano não se sente motivado a levantar o rabo da cadeira e se mexer. Quer dizer, no meu caso é sentar o rabo na cadeira e estudar. Mas isso nãoo surte efeito quando você extrapola os limites do seu corpo. Não tenho mais pescoço, nem coluna. Tenho que ficar colocando o ombro no lugar o tempo todo, pra continuar escrevendo. Em contrapartida, acho que vou ter que criar um 3º turno: 18 às 21h, biblioteca.
Pelo jeito, daqui a algum tepo vou ter anemia ferropriva e gastrite, porque estou vivendo à base de café, não respeitando o tempo entre as refeições. Bom, até que não é tão mal: gastrite é matéria de dietoterapia, e anemia de nutrição materno-infantil e avaliação. Se der um branco na prova, é só eu escrever sobre mim mesma! Alguns décimos eu devo conseguir.
O que eu gosto menos é quando sinto que estou me tornando uma péssima profissional. Parece que andam se esquecendo de dar muitas coisas pra nós... E tem coisas que, lamento informar, não estão nos livros. Estão na prática que ainda não temos. Sinceramente, não quero matar uma pessoa antes de saber como NÃO se deve fazer. Na verdade, a falta de informação no seu devido tempo faz com que a cada período, a gente tneha que reformular tudo que pensava que sabia e aprendeu o que nos ensinaram.
Sabe o que é engraçado? É que não basta que você seja um aluno exemplar, que tenha as melhores notas e trabalhos dignos de um douturado, você ainda tem que participar das decisões acadêmicas. A minha pergunta é: QUANDO?
Eu ainda tenho sorte de não ter todos os horários preenchidos com aulas. Quer dizer, o horário que eu tinha vago, acabei de 'lotar' na quarta feira.
O que acontece hoje é mais uma das inversões de valores que atacam o mundo todo. Antes, dizíamos que o Brasil era um país de ignorantes, analfabetos, e por isso fácil de se levar pelo poder corrupto. Esse país ainda não morreu, até porque teremos Big Brother 10 (DEZ!). Só que, de forma simultânea, vem surgindo uma classe de letrados operacionais que não tiveram tempo pra pensar durante seus anos de estudo, e não contribuem em porra nenhuma na mudança do 'sistema'. Não quero isso pra mim.
Tanto a falta quanto o excesso são péssimos para a 'eutrofia mental'.
Por isso, da próxima vez que jogarem um comentário do tipo: "Não tem aluno na reunião de Colegiado de Curso" ou "Vocês tem que participar das reuniões, é de interesse de vocês também", eu vou realmente torcer para não estar intoxicada por cafeína, senão eu vou voar no pescoço desse indivíduo. Porque isso é uma atitude bem hipócrita, falar que temos que correr artrás dos nossos direitos, mas encher-nos deveres, pra que não possamos reclamar os nossos direitos! Entenderam o ciclo?
Minha cabeça roda como um carrosel... Pra todo lado que eu olho.... E olha que eu ainda não fiz nenhuma prova.
Agora, se me encontrarem por aí batendo a cabeça, aí o problema não é dietoterapia. É culpa daquele cara que canta Thriller... Putz, qual é o nome dele mesmo? Alguém sabe?

sábado, 19 de setembro de 2009

Família é tudo

Não tem jeito. Se tem uma coisa que a gente não pode escolher é onde vai nascer. Não em termos de maternidade, cidade, etc. Mas em que família seremos acolhidos, que sobrenome teremos, de quem seremos filho, sobrinho, primo, neto...


Sempre tem aquelas pessoas que você tem mais afinidade. Às vezes, por pura proximidade geográfica, como quando um tio meu morava na mesma rua que eu [virou tipo uma segunda casa]. Ou por pura empatia, características em comum. Eu particularmente não tenho uma grande amizade com ninguém da minha família, mas também é difícil. A família espalhada por todo o país, é complicado encontrar esse povo todo.
Claro que todo mundo sempre pensa que a sua família é a mais doida do mundo. Bom, como esse texto está no 'lugar' mais indiscreto do mundo, não vou poder provar a você que a minha familia, SIM, é a mais doida do mundo.
Na verdade, temos sempre duas famílias: a do pai e a da mãe. Isso fica mais evidente na era dos pais separados, porque o filho pode, ou não, conviver com as duas.


Nesse assunto, uma coisa interessante é a 'rivalidade' entre as famílias. Enquanto uma parte da família diz que o lado de lá não vale nada, a outra parte diz que esse 'pequeno incidente' não deve separar a família, ou seja, isso não deve nos distanciar. E a gente sempre fica no meio, olhando a bolinha de pingue pongue para lá e para cá. Ou será que nós é que somos a bolinha?
Eu sou uma pessoa que fico muito na minha, tenho poucos amigos, e peco por perder contato com a maioria deles. Se eu não ligo para um amigo para saber como ele está, imagina se eu ligo para um parente? Perguntar o quê? Sei lá, não sei o que dizer quando estou com eles, só sei responder as perguntas.
Sou mais distante da família do meu pai. E sabe-se lá porque, eles sempre 'quebram o gelo' perguntando se eu preciso de alguma coisa, de dinheiro. Meu bem estar não se resume a dinheiro. Se eu dependesse de dinheiro pra me sentir bem, eu já teria me atirado de uma ponte. E o problema é que eu sempre respondo que não, eu odeio ficar pedindo coisas. E isso deve frustrá-los um pouco.
Pelo menos, essas recompensas monetárias me levaram a esses dias visitar alguns parentes, e saber como está o 'lado de lá'. Minha tia acabou de ter uma filha linda, está com três meses, e minha avó está na casa dela para ajudar. Mãe de primeira viagem, vocês sabem.
No domingo, fui a apresentação da menina na igreja que agora a minha tia frequenta. Na igreja evangélica, não tem todo o ritual de bastimo, só é feita uma oração e pronto. Mas não deixa de ser bonita.
Quando o culto terminou, depois de 2h35 de duração, minha avó me chamou e fez um comentário à la 'dos Aflitos', que eu não lembro exatamente quais as palavras que ela usou, mas eu tive que rir, claro. Minha avó é uma peça! Depois ela disse: 'isso aqui é muito zoado, eo tô com dor de cabeça!'. As igrejas evangélicas, todo mundo sabe, tem um nível de decibéis um pouquinho elevado... Mas até que eu achei bem tranquilo, comparando com experiências anteriores.
O engraçado é que da família, ninguém mais foi. Minha vó disso, falando de uma tia minha: 'é ruim que ela acorda antes das oito!'. O culto era às nove, e digamos que essa minah tia mora na fronteira de onde Judas perdeu as botas.
Não se esqueça: família é tudo. Muito difícil é ter contato com todos, demonstrar carinho a todos. Mas acho que, por mais que hajam discussões e discordância, o que eu acho hiper normal e saudável, o que não pode haver é um 'racha' declarado. Isso é péssimo. Já tive isso na minha família, e tudo indica que ele está medianamente resolvido. Numa dessas, já teve um aniversário meu em que uma tia deu só uma passada, porque outratinha que ir embora pra não se encontrar com outra tia minha. Achei aquilo um absurdo.
Claro que o fato de uma pessoa ser da nossa família não significa que ela está imune ao erro. Família também serve pra isso, para alentar, para brigar quando for preciso. É se importar.
Eu me acho uma poessoa muito compreensiva, e sei que muitas pessoas da minha família cometem erros feios. Nada impede que um parente seu, que você pensa que se importa contigo, seja um grande falso. Principalmente aqueles que você não convive. Mas de qualquer jeito, algo te une a essa pessoa, e você sempre vai ter sempre alguma lembrança da sua vida. com cada uma das pessoas que dividem o mesmo sobrenome que o seu. Mesmo que essa pessoa não valha o chão que pisa.
Já se faz muito tempo aquela comparação de que a família é a célula da sociedade. Se tem algo dentro de uma célula que não funciona bem, como o sistema do qual ela faz parte pode funcionar?
Esquecer mágoas, diferenças do passao e do presente, é um passo muito delicado, mas é necessário. Algo fica mal resolvido em nós sem isso. Por mais que seja difícil, disso não podemos escapar. Família é para sempre.



*Só um detalhe básico. Otema da pregação do pastor no dia era 'Vencendo a Tentação'.
...
Vixe, acho que vou ter que tirar algumas músicas da playlist...



sábado, 12 de setembro de 2009

The HIStory only begins...

30 de agosto de 2009 – esse vai pra minha biografia!!

Hoje o dia começou como ‘ontem’, com euforia. Dia 29 foi niver de Michael, e por isso eu me programei toda pra essa data. Resumindo: nesses dois dias, não peguei em um caderno.

Ontem, me diverti muito mais do que chorei. É preciso entender que a morte não traz só dor, mas também uma celebração à vida, principalmente uma vida que deixa um legado inigualável.

Hoje, acordei bem ansiosa [e bem tarde]. Esperava esse dia como louca! Acordei, liguei a TV e estava na MTV. Adivinha que clipe estava passando? Man in the Mirror! Sim, esse era um sinal de que um ótimo dia estava por vir.

Entrei no PC só pra não perder a mania de dar uma olhada no basicão, mas logo fui me preparar pra sair.

Bom, eu estava nervosa porque não sabia como eu ia voltar pra casa. Essas metrópoles são muito estranhas. Nos dias úteis não há lugar pra respirar, mas no fim de semana, dá pra treinar o moonwalk na faixa de pedestres da Rio Branco com o sinal aberto. Fácil. Essa cidade fantasma é meio sinistra pra uma aventureira que sai sozinha à noite.

Chegar foi fácil, mole. Cinelândia é o lugar mais mole de se chegar no centro do Rio. Saí do ônibus, dei uma conferência de qual saída do metrô estava aberta e fui até o local onde seria o tributo a Michael Jackson. Vi umas pessoas na porta e fiquei meio daquele jeito... tímido. Tipo, “Caramba, o que eu tô fazendo aqui sozinha? Ainnnnnn...”. Porque todo mundo parecia ter seu grupinho. É lógico, a internet é uma bênção, as pessoas muitas vezes se conhecem muito sem se conhecer pessoalmente. As MIBs são um exemplo claro.

Quando a gente entrou, ficou mais nítida a integração do pessoal. As pessoas da organização abraçaram as que chegavam, enfim. Aí fiquei sentadinha, esperando que alguém fosse pro ‘meião’, pra eu ir também.

“Putz, tocando Thriller e eu sentada!”. Aquilo começou a me agoniar. Só que eu já tinha reparado que numa mesa estavam umas meninas bem animadas, que já estavam zoando um pouco, fazendo a coreô de Beat It no cantinho. Putz, cara, levantei da minha cadeira e fui até uma das meninas que estavam de pé, esperando as outras e falei pra ela que eu vi que elas estavam animadas e tal, e que a gente podia começar a dançar, pra quebrar o gelo, sei lá. Ficar sentada era a treva, né não? A gente esperou as meninas voltarem, nos cumprimentamos, e eu era oficialmente a ‘bicona’ da mesa!

Se bem que o pessoal esquentou todo junto. Foi chegando mais e mais gente, a festa foi ficando cada vez mais bonita.

Fiquei lá dançando com elas e, nossa, fiz tudo que eu faço em casa, huahauhauahauhauah!

Acho que a festa começou mesmo quando tocou Wanna Be Startin’ Somethin’. Juro que eu me segurei pra não chorar quando chegou no ‘mama se mama as mama coo sa’. Todos batendo palmas, foi emocionante. No final, gritamos o nome dele tão alto que deve ter dado pra ouvir lá do Theatro Municipal.

Antes disso, eu já tinha começado a pagar meus micos da noite. Foram muitos! O primeiro eu acho que foi ficar pulando enquanto tocava Scream. Mas enfim, não estava sozinha na euforia. Uma das meninas da mesa estava duplamente animada. Ela pulou junto comigo, enquanto todo mundo ainda estava meio... normal. Na verdade, nessa hora pegaram o áudio dos shows de HIStory, que começa com uma mistura de Scream, They Don’t Care About Us e In The Closet (*___*). O melhor é que nesse comecinho ele sempre brinca com a gente, pra todo mundo imitar o ‘Hee-Hee!’, ‘Hoo-Hoo!’, ‘Ooh’ e ‘AAAAU!’, jaajjaajajajjaja! Foi legal senti-lo presente, e comandando a festa.

Mas voltando... Eu ri horrores com essa menina! Impressionante, ela e a irmã sabiam todas as letras e coreografias da era Jackson 5 e The Jacksons. Fiquei de caraaaaaa! E ela imitava tudo, desde aquelas reboladinhas que ele dava nos idos de seus 15 ou 16 anos, até aqueles passos que ele pega até a alma, se vocês me entendem. Tipo, Heartbreaker Hotel. ‘Hu!’

Tocara muitas músicas dessa época, uma loucura! Teve uma hora que tocou uma que eu não conhecia... Só pela introdução, a garota que estava sentada, começou a gritar e levantou. ‘Aaaaaaah, virgem santaaaaaa!’, ou algo do tipo, hahahaha! Todo mundo olhou pra ela, e ela nem aí , meio que dizendo: ‘ué, ninguém vai gritar não?’.

O trio ABC, I Want You Back e The Love You Save é imbatível. Jesus, eu dancei The Love You Save melhor que em casa, HUAHUHAUAH! Meldels, amo essa música. E nada melhor que a era The Jacksons pra fazer todo mundo dançar. Dancing Machine, My Lovely One, Heartbreaker Hotel, Can You Feel It e a incomparável Shake You Body.

Let’s dance, let's shout

(Shout! Dedinhos pro alto)

Shake your body down to the ground

(Dedinhos pro chão)

TODO MUNDO JUNTO! Maravilhoso. O melhor é quando eu viro pro lado e vejo um menino dançando a música no cantinho, imitando o pessoal. Fofura! Depois eu falo mais dele.

A presidente do fã clube interrompeu algumas vezes. Da primeira vez, fez uma abertura e falou que muito já choramos e ainda choraremos muito, mas que esse era um dia de celebração, de festejo. De onde ele estiver, ele estará feliz com esse carinho. Acrescento que ele deve estar realmente feliz de ver que seu sonho de ser imortal está aí realizado. Um legado como o dele não se apaga, só se torna mais fantástico.

O pessoal estava animado, gritavam o nome de Mike enquanto a presidente tentava falar. Até que gritaram algo de calça dourada, aí eu rachei meu bico. Pensei: “putz, agora NÃO, tudo menos isso!”. Enfim, muuuuda o assunto!

Eles abriram as homenagens colocando a apresentação de Billie Jean de Bucareste. Eu já vi esse DVD cinqüenta mil vezes, mas eu sempre fico em choque. E assim foi. Na apresentação final, fiquei de boca aberta que nem uma retardada, como se nunca tivesse visto aquilo. Mas aquela apresentação é tão, mas tão perfeita, que não dá, não consigo. Depois disso, uma menina cantou Smile, vestida de Charles Chaplin. É lógico que chorei, essa música passa a ter sempre o efeito inverso. Se você ainda não ouviu essa versão de Michael, OUÇA, é uma das suas mais belas interpretações.

Muita coisa legal aconteceu lá, porque todo mundo sabia as músicas de cor, as coreografias... Claro, uns mais que os outros [tipo eu, o que eu sabia? Nem 10%! HAHA!] Alguns estavam bem a caráter, outros nem tanto, mas o desejo de ser como ele é o mesmo.

Um deles estava bem compenetrado na coreografia, tanto que tinha quase um chuveiro de suor na sua testa. Ele estava bem na frente da mesa. Sabe-se lá o que ele fez, se passou a mão na testa, ou se só girou, só sei que ‘choveu’ em cima das meninas. Com eu estava em pé, eu só entendi o motivo do riso cinqüenta anos depois. Mas o melhor foi um homem que estava perto da mesa e ficou olhando lá o cover-chuveiro. Ele fez uma cara de ‘ih! Ta se achando!’. Ri horrores! Depois quando a gente foi embora, as meninas ficaram comentando que o que ele usava no braço, que queria imitar aquilo que eu não sei o nome, tipo uma luva que vai até o cotovelo, de Black or White, parecia gesso, pois tinha aparência de ser algo rígido. Puxa vida, eu sou uma pessoa legal, continuo achando que o que vale é aintenção! E ele mandava bem, fez sua homenagem. ^^

Falando mais das músicas, fizeram tipo um remix de uma partezinha de Say Say Say, parceria de Mike com Paul McCartney, que ficou muito Mara! Nem precisa dizer que todo mundo cantava o ‘Uh-Uh-Uh-Uh-Uh!’. Foi lindooo! E que massa foi eu tentando cantar ‘I Wanna Be Where You Are’ no mesmo tom que Michael. Enfim, quase fico sem pregas vocais. Mas o bom de estar num lugar como esses é que você pode gritar e ninguém ouve direito, hauhauhauahauhau. Eu não poderia fazer o mesmo em casa, ia tomar uma machadada na cabeça de algum vizinho estressado. Eles já devem estar putos de eu ter passado dias e dias ouvindo Michael no último volume [e continuo ouvnido, sempre que possível]. Só lamento por eles!

Na hora que tocou Thriller, acho que pela segunda vez, o pessoal já estava animado, e eis que todo mundo começa a dançar e tal. Como tava um alvoroço lá na pitsa, quase não deu pra ver tudo o que acontecia. Só vi que o mesmo menino que estava dançando Shake Your Body estava em cima de uma mesa, dançando com o pessoal. Fofura 2!

A festa só teve um defeito: eles dividiram as músicas por blocos, de acordo com as fases/CDs. Até aí, sem problemas, só que nisso, eu não entendi até agora porque tocaram as músicas de Thriller, em especial as de Thriller 25 anos regravadas por outros artistas, umas setecentas vezes. A ‘Wanna Be Startin’ Somethin’’ do Akon deve ter tocado umas quatro vezes. E com isso, saímos de lá sem ouvir uma música de Off The Wall, Invincible, Dangerous e Bad! De Bad tocou pelo menos Smooth Criminal, mas foi de uma das apresentações de fãs. Como tinham cinqüenta cabeças na frente, resolvi curtir a música, que pra mim é uma daquelas que se durasse uma hora, eu não enjoava! A apresentação é de Marcelo Jackson, que mandou hiper bem... Eu só vi agora, que disponibilizaram no youtube, jijiji, antes eu só tinha visto um chapéu branco pra lá e pra cá.

Quando a presidente abriu o microfone pra explicar isso das músicas, diznedo ‘gente, todo mundo está pedindo músicas, mas calma que vai chegar a hora’. Fizemos a zorra gritando ‘AGORA, AGORA, AGORAAAA!’ Hahahahahah! Nosso pedido infelizmente não foi atendido.

Quando foram umas 20h, com muito pesar eu vi que já era minha hora. Falei com as meninas que eu ia embora, mas aí a coincidência mor aconteceu: elas também iam pegar o metrô, e ima para a mesma estação que eu! E pra mim o problema mesmo era sair dali e ir até o metrô, mesmo que seja um trajeto pequeno. Pegar o ônibus depois era o de menos. Daí, era bem melhor sair em grupo, mesmo que mais tarde, do que sozinha. Foi melhor mesmo, porque depois fiquei que nem barata tonta sem saber para onde ir pegar meu ônibus. A cidade muda quando escurece! Hahahaha!

Ainda bem que eu fiquei, porque senão ia perder o bloco de HIStory, meu cd preferidoooo!! Também adoro a música-título, pelo que ela representa no contexto da construção da idéia que norteia o cd [ó a pseudo-intelectual em música atacando], e também porque foi vendo-o comentar o vídeo de divulgação do álbum que ele ganhou minha admiração.

Quando tocou They Don’t Care About Us inteira, estávamos sentadas, e fizemos o batuque do Olodum na mesa. Definitivamente, queríamos chamar a atenção, hahahah! É uma música que trata da resistência de Michael a tudo e a todos que tentam derrubá-lo. O cd HIStory, aliás, é quase todo focado nisso. Mas TDCAU transmitiu ume energia muito forte naquele momento. Mesmo eu estando sentada, curti muito essa energia, foi realmente mágica. Teve algo de especial naquele momento, não sei. E também não podia levantar, estava na batucada!

Até que toca o remix de ‘Stranger in Moscow’, que pra mim é a coisa mais contraditória do universo! Pegar uma música que fala de uma terrível solidão e fazer um remix pras pessoas dançarem e se divertirem com isso é um troço que não tem sentido. A merda é que é um dos melhores remixes do ‘Blood on the Dance Floor’! Hahahaha! Não dancei, só fiquei ali sentindo a emoção da canção. Até que, abaixam o som, e aconteceu uma das coisas mais lindas da festa: todo mundo continuou a cantar:

Like a stranger in Moscow
(Lord have mercy)
Like a stranger in Moscow
(Lord have mercy)
We’re talkin’ danger
We’re talkin’ danger baby
Like a stranger in Moscow
We’re talkin’ danger
We’re talkin’ danger baby
Like a stranger in Moscow
I’m livin’ lonely
I’m livin’ lonely, baby
A stranger in Moscow

A presidente fica emocionada com aquilo, e fala como é linda esse tipo de homenagem, porque realmente foi muito espontâneo. Ela interrompeu porque, como alguns tinham visto, um menino tinha dançado Thriller junto com o pessoal. E ele pediu pra dançar de novo. Todos ficaram sentados, pro pessoal de trás poder vê-lo também.

Eu quase caí no choro no meio de todo mundo, nem preciso explicar muito o porquê. O menino se chama Emanuel, tem cinco anos. Depois quando eu fui ao banheiro, ele estava saindo de lá com uma moça, não sei se era a mãe, e ela disse que desde os três ou quatro anos ele já via os clipes de Michael, e mal esperava a hora de ver um show dele.


Emanuel saiu aclamado da sua apresentação como Maiquinho. Eu fico muito emocionada em pensar que ele é um dos milhares e milhões de Maiquinhos que ainda vão existir, que ainda vão escutar e viver a loucura que é a obra desse grande artista.

Quando começou a tocar ‘2 Bad’, que eu adoroooooooo, lá estava eu empolgadona quando eu olho pro lado e vejo Emanuel dançando, cheio de gestos e uma cara de ‘tô bolado!’. Nossa, ele é incrível! Não sabia mais se eu dançava pela música ou pelo entusiasmo de Emanuel, que era contagiante.

A mesma menina que pulou comigo, pegou ele, abraçou, beijou, ‘fofurinhaaaaaa!’, haahahha! Antes, ela foi lá conversar com ele:

- Oi, qual é seu nome?

- Emanuel.

- E quantos anos você tem, Emanuel?

- Cinco.

- Nossa, você sabia que você dança muito bem?

- Sabia!

Hahuauhauahuahua! Bom, esse vai longe, humildade é um acessório! Hahahahaha!

Além de tocar ‘This Time Around’ e ‘Come Together’ (ô coro lindo!), chegou a vez de D.S. Ai, que felicidade a minha quando, no meio do refrão que diz ‘Tom Sneddon is a cold man’, umas meninas puxaram um coro de ‘FILHAAA’ DA P*TAAAAA! Vou fazer isso em casa, é relaxante! Hahahahah!

As meninas ficaram meio assustadas com aqueles elogios ao vento, talvez não tenham associado o nome à pessoa, ou até não o conheçam. Enfim, não interessa, esse tipo de gentinha só merece elogios desse naipe.

Esse dia vai ficar pra sempre na minha mente como um dia muito especial. Primeiro, porque foi um dos poucos em que eu realmente me diverti. Não tive vergonha de dançar ‘Wanna Be...’ e Beat it... O melhor de ‘Beat It’ é que como estávamos de costas pra pista, fizemos quase um Jackson 4 dançando, com o pessoal que estava mais atrás assistindo. Enfim, não avaliei o mico a tempo e quando vi já estava virando pro lado errado e destoando do resto do grupo, haha!

E antes de tudo, porque essa confraternização me mostrou que, mesmo que muitas e muitas pessoas tenham tentado tirar Michael do jogo, seja de forma direta ou indireta, a história que ele escreveu no mundo contemporâneo é indelével, e por mais que muitas injustiças tenham acontecido, o que é verdadeiro não é esquecido, e independentemente de quanto tempo isso demore, o que é verdadeiro sempre vem à tona. Quer dizer, a verdade já está aí, só não vê quem não quer.

Vendo Emanuel, percebi que a história ainda não acabou. Ela apenas acabou de começar, porque ninguém mais chega aonde Michael Jackson chegou. E quanto mais o tempo passar, mais vão perceber o quanto a sua história é fantástica e única.

“This isn’t it”

Até dia 28 de outubro.


P.S: Por que eu demorei setecentos anos pra colocar o texto? Porque eu estava feito uma louca chateando todo mundo por aí tentando arrajnar o vídeo de Emanuel dançando. Muita gente filmou, mas acho que ngm postou por aí. Mas acho que as fotos já dá uma impressão de como foi. Aliás, gracias elisamachado por ter colocado o vídeo de Marcelo Jackson e a 'gabytwymmf' do fórum neverland por ter disponibilizado essas fotos!


sábado, 5 de setembro de 2009

Acessibilidade ao ser humano

Sabe, estamos com banheiro novo na faculdade. Todo reformado, diferente do ‘ó’ que ele era. Lógico que, como tudo no serviço público, nada faz muito sentido. As obras começaram junto com as aulas do início do ano.
Agora ele está todo iluminado, com azulejo, com dois chuveiros e três sanitários. Antes só tinha um funcionando, isso dentro de uma escola que quase só tem mulheres.
Um dos banheiros é até aqueles com acessibilidade. Espaçoso, com barras de apoio para pessoas com dificuldades físicas. O vaso sanitário não é aquele 100% adaptado a deficientes, mas é alguma coisa.
Aqui, até que as coisas não são tão ruins. Temos elevador, rampas... por mais que algumas sejam mais inclinadas do que o que seria indicado, mas já alguma coisa.
Mas pra mim, o problema da acessibilidade não está nos equipamentos físicos, e nos recursos financeiros que eles demandam [e a própria vontade política no meio disso tudo]. A falta de acesso está em outro local. E está muito mais próximo do que a gente pode supor.
Hoje de tarde (segunda, 24 de agosto de 2009), saí de uma aula iluminada, de 3 horas e meia, falando sem parar sobre desnutrição. Nem preciso dizer que eu estou pirando com a carga absurda de informações, mas estou “mantendo a fé” em mim mesma.
Pois bem, lá estava eu na fila do micro-ondas (é assim na reforma ortográfica? :S), quando me chamam a atenção para uma pessoa que está na porta da sala. Um senhor franzino, com um Riocard azul [de deficientes físicos] pendurado no pescoço, com uma cara de quem está perdido, ou procurando algo. Bom, estava na cara que não era nem aluno nem professor, até porque todo mundo se conhece naquela escola. E nem faço a menor idéia de como ele chegou na nossa caverninha. . O legal de tudo é que as pessoas olham (mas não vêem) e devem pensar: ‘foda-se, não é comigo’ e voltam a sua posição inicial. Pronto.
Fiquei olhando aquela sala barulhenta e só vi uma opção. “Bueno, a ver que pasa”.
Fui até o senhor e ele me apontou a boca e o ouvido. Surdo-mudo. Mostrou-me seu Riocard, pra ver se minha ficha caía. Claro que comunicação é difícil, mas não acho que ele fica chateado quando alguém faz a tentativa de ajudá-lo. Muito pelo contrário. Mesmo estando com o tal problema, que eu ainda não sabia qual era, ele tinha olhos bondosos e um sorriso simpático, quem sabe tentando fazer as vezes de uma abordagem “Oi, tudo bem? Pode me ajudar”.
Aí, ele começou a me apontar uma pessoa. Pensei: “será que ele conhece alguém aqui?” Fui à direção que ele apontava, buscando o que raios ele queria. Até que chego numa menina que está batendo papo com mais duas meninas. Acho que perguntei a ela algo se ela conhecia aquele senhor. Na porta, porque estava apontando pra ela. Ela disse para mim: ‘não sei, ele me deu isso aqui’. Putz, caiu a minha ficha. A anencéfala estava com uma prancheta na mão.
Há quanto eu não via essas pessoas que pediam contribuição com pranchetinha a tiracolo. E a grande anancéfala pega a prancheta, segura e fica conversando. Quer dizer, está numa faculdade de nutrição e mal se dá o trabalho de ler o que o senhor tinha lhe dado. Caramba, não é muito difícil ser indiferente sem pelo menos não atrasar o lado alheio.
Peguei a prancheta e expliquei pra um grupinho a situação do senhor, e pra passar a bendita prancheta. Alguns prestaram atenção no que estava escrito e ajudaram. Outros, fizeram aquela cara de ‘que porra é essa?’. Nessa hora, interceptei a prancheta, quando percebi que ela ia empacar, ficar jogada no sofá, ou algo do tipo. Lógico que dei minha esmola.
Sim, isso é esmola. Uma historinha não diminui o peso de ser uma esmola. Mas o pior não é dar a esmola, e mesmo nem poder dá-la. O pior é esquecer o que isso significa.

You gotta get it right, while you got the time
‘Cause when you close your heart
Then you close your… mind!

Quando falo de acesso aos seus direitos básicos, acredito que o mais importante é o ‘acesso ao respeito’. O acesso não está numa barra de apoio, mas sim no próprio ser humano, na sua mente, no seu coração, no seu sentimento de que “você é só uma parte de mim”.


Uma barra de apoio não devia ser colocada só porque existe uma lei, mas porque você realmente pensa: ‘puxa, esse é um direito básico para qualquer pessoa: ir e vir... e ficar’. Em síntese, é uma obrigação se importar com o bem estar do próximo, afinal você sou eu, estamos todos no mesmo barco. Sem isso, a vida se torna inviável. Aliás, ainda não perceberam que a coisa já está inviável?
Esse estado anérgico é o que degrada a nossa alma. Depois, não entendemos o porquê de nos sentirmos sós, incompletos. Falta amor à vida, no sentido mais geral que isso pode ter.
Há umas semanas atrás, estava tomando café quando minha mãe chegou em casa. “Filha, tem um cara morto na porta da sapataria. Ta lá, cheio de sangue”. Aí , vem a fase do ‘que absurdo’, comum aos anérgicos que veem todos os jornais só pra decorar os detalhes da tragédia. “Nossa, era um rapaz novo... Morrer desse jeito... Tem até polícia lá...”. Dois minutos depois: “É, devia ser bandido mesmo, por isso que morre assim”. Eu fiquei estupefata! O que minha mãe estava fazendo? Só um súbito pré-julgamento? Não só isso. Ela deve ter achado bem menos traumático ver a morte ali, na sua face mais crua, em que a gente vê que a vida não vale exatamente nada, e logo achar que foi um bandido que morreu. Esse sim, pode morrer jovem. Menos mal. Deve ter se sentido menos mal.
Beleza, ando ouvindo “Man in the Mirror” demais, além da dose recomendada? Talvez. Mas seja o que for, meus olhos nunca foram completamente vendados. Talvez... seja o caminho mais difícil, mas é o certo. E como diria o grande M. J., “se você é forte e bom, então você é mau”.
[Como eu amo essa frase, ainda devo citá-la mais umas setecentas vezes...]

P.S.: depois de alguns dias de uso, o banheiro começou a infiltrar. Já está agora interditado para fazer os reparos. Essa é a grande gestão de recursos públicos, senhoras e senhores!
P.S. 2: Aproveitando que segunda é o dia da independência do Brasil, e algo de patriótico invade o nosso ser [¬¬’], todos de pé e com a mão do coração para a execução do hino nacional.