domingo, 27 de março de 2011

Será que o Planeta refletiu nessa Hora??

Farto de conselho e de chouriço, mal tá dando o velho coração...
No dia 26 de março, mais conhecido como ontem, a WWF empreendeu a campanha a Hora do Planeta, em que convidava todos os habitantes do planeta que possuem energia elétrica em casa que desligassem as lâmpadas de suas casas. Há dois anos, participei emocionada da mobilização. Ano passado, estava com ódio no coração e pedi para que, ao invés de que pedissem pra gente desligar nossas luzes, que eles sensibilizassem os empresários donos de indústrias que desligassem suas luzes, ou reduzissem sua produção durante uma hora. E esse ano, honestamente... Nem tenho emoção nem ódio, tenho desesperança.
Muitos sonhos e crenças viraram poeira nos últimos tempos, e essa sensação que nem sempre o bem vence está bem latente em mim. Aí não tem como um ato simbólico desse porte me sensibilizar. Não mesmo.
Aliás, eu estou meio farta de atos simbólicos. Vamos parar pra pensar um pouco na Hora do Planeta? Este é um movimento que não incentiva a despertar a consciência ecológica em ninguém. O que acontece, na verdade, é uma manutenção do estado inicial. Explico-me: as pessoas que já possuem consciência da importância de cuidar do meio ambiente vão aderir no ato, e achar que a sua execução é de extrema importância, porque aproxima as pessoas em prol de um objetivo comum, de tamanha nobreza. Agora, as pessoas que não possuem qualquer consciência, podem até aderir à modinha no momento, porque falou no jornal ou porque viu que algum amigo vai fazer. Ou porque viu que até o youtube "apagou as luzes" da sua tela. Mas estas pessoas não vão reproduzir, a partir disso, comportamentos que possam ajudar na proteção do meio ambiente. Vão continuar jogando lixo pela janela do ônibus, por exemplo.
Um hora durante um ano quantitativamente não fará enorme diferença, e acredito que isso é óbvio para todos. Mas o pior de tudo, é que nem simbolicamente ela surte efeito.
Pensando nisso, resolvi buscar em alguns sites dicas simples que, quando realizadas diariamente AÍ SIM, surte efeito e ajudam o meio ambiente. E vou dar alguns pitacos pessoais, afinal é pra isso que existe o blog.
O interessante é que algumas propostas são bem simples mesmo.
Uma categoria bem presente é a que envolve deslocamento: ande a pé ou de bicicleta, dê preferência aos transportes coletivos, use mais a escada. Outras de maior dificuldade, como a proposta de reciclagem e de não jogar lixo eletrônico no lixo comum.
Bom, a questão da reciclagem é algo que está em voga no Rio de Janeiro atualmente, pois a prefeitura declarou que até 2013, todo o lixo da cidade terá coleta seletiva. O que eu acho realmente difícil. E a reciclagem passa muito por uma questão educacional. As crianças atualmente tem isso de forma bem extensiva nos currículos do ensino básico, mas e nós, os véios?? Estamos devidamente orientados?? Ok, a latinha de alumínio vai na lata do alumínio, ótimo. Mas olha pra sua lata de lixo, e veja se você consegue categorizar bem todos os itens que se encontram lá naquelas cinco lixeiras. Não é tão fácil. Um exemplo bem idiota: você come um bombom Serenata de Amor num calor de 40 graus, e naturalmente o papel fica todo cagado de chocolate. Beleza, você joga a embalagem de plástico na sua lixeira? Mas aí, não vai sujar de coisa orgânica? Vale a pena lavar aquele plástico, pra descascar aquele papel laminado todo? Eu não sei a resposta.
Eu não faço a separação do lixo em minha casa, mas é importante dizer que mesmo se você não tiver coleta seletiva no seu bairro, você pode separá-lo se quiser, porque de qualquer for o lixo chega no aterro sanitário mais "dividido", o que acaba facilitando o trabalho dos catadores. Há também uma coisa importante a se comentar, e que é muito recorrente. Quantos jovens existem por aí que se inspiram tanto nessas idéias e não conseguem colocar todas essas idéias em prática porque muitas vezes não tem apoio ou não conseguem sensibilizar as pessoas que convivem com ele na mesma casa. Bom, eu sou um exemplo meio torto disso. Santo de casa não faz milagre mesmo! Minha mãe acredita mais na televisão do que em mim, essa é a verdade. Não consigo imaginar fazer uma separação do lixo aqui em casa se não a convenço a parar de usar caldos industrializados. mas um costume que consegui adotar aqui em casa é a separação das embalagens Tetra Pak. Já faz uns bons meses que elas não vão pro lixo comum por aqui. Começou como uma forma de ajudar uma instituição que reverteria as caixas em dinheiro para fazer uma reforma, e acabou se tornando um hábito natural e muito simples. É só ter o cuidado de lavá-las com um pouco de água e detergente para não atrair formigas e outros bichos, e pronto. Um site chamado Rota da Reciclagem reúne os endereços de locais que fazem a coleta desse material, e localiza para você qual o local de coleta mais próximo da sua casa.
E a questão do lixo eletrônico é complicada. Lembro que fiz um trabalho sobre isso ainda quando estava na Veiga. Na teoria, os fabricantes deveriam disponibilizar locais de recolhimento desses aparelhos usados, mas não é muito bem o que acontece na prática. A questão das pilhas já está mais desenvolvida: em supermercados e bancos, é possível dar cabo desses materiais danosos ao meio ambiente. Agora, e aquele HD daquele seu computador de 1995? Faz o que, pendura no pescoço e finge que é pingente exótico? Não dá, né. Tudo bem que, pelo menos aqui no bairro, temos alguns caminhões que pertencem a instituições de caridade que passam recolhendo todo tipo de donativo. Se algo puder ser consertado ou aproveitado, tudo bem, foi para alguém que precisa. Mas e se não acontecer isso, você não acha que vai pro lixo do mesmo jeito?? E esse problema é gravíssimo, porque existem metais pesados perigosos nesses componentes eletrônicos. E a maravilhosa indústria aumenta sua venda de duas formas fantásticas: produz mercadorias cada vez mais vagabundas; e induz ao desejo de consumo pela propaganda, para que o Maiquinho troque de celular a cada seis meses
E tem outras questões que envolvem a racionalização, e que me agradam muito:
- Diminuir o consumo de papéis, utilizando mais a comunicação eletrônica como e-mails. (Sempre que usar uma folha de papel, pense que é uma árvore. Funciona bastante.)
- Diminuir o tempo no banho. (A mais difícil pra mim, porque é tipo uma terapia pra diminuir minhas dores e pra descansar a cabeça.)
- Quando possível utilizar mais o ventilador ao ar condicionado. (Seja ecologicamente correta, faça como eu! Não tenha ar condicionado!)
- Não desperdiçar comida. (NEVER, NEVER, NEVER! Desperdiçar comida é uma coisa que a gente tem que cuidar sempre... Tem que fazer um planejamento pra realizar as refeições, pra não sobrar demais e estragar. Agora vai dizer isso pra mamãe.)
- Diminuir o consumo em geral, evitando comprar apenas por impulso ou modismo. (Seja constantemente POBRE, quero ver você comprar por impulso.)
- Adotar um estilo de vida mais simples.
- Fazer doações de roupas, móveis ou objetos que ainda estejam em bom estado para uso. (semana passada, tirei todas as roupas do meu armário e tirei metade de cada tipo. Minha mae ficou com quase tudo pra ela, ou seja, não adiantou de porra nenhuma).
- Comer menos, comprar menos, gastar menos (mais conhecido como Método Julius)
*Dicas retiradas do Ecos na Sala


Na verdade, acho que a coisa tem que ser mais agressiva. Acho que as pessoas tem que começar a acreditar mesmo que o próximo pode ser ele, ou alguém que ele ama. A tragédia do Japão tem que ficar como exemplo, não só para mim, que tenho uma pessoa querida que mora lá e que me traz aflição pela sua segurança, mas para todo mundo. 
Um outro exemplo pessoal: uma vez, estava vendo televisão, e uma reportagem falava sobre a quantidade enorme de plástico que existe por aí, e no final, um especialista falou sobre o malefício que isso causa. Ele disse que o risco está na condição de que o plástico se degrada de forma particulada, e com isso pode ser consumido pelos animais e, como eternos otários do fim da cadeia alimentar, pelos seres humanos. "Logo, podemos estar comendo plástico". Isso fez efeito em mim. Eu estava comendo naquela hora, aliás. E aí, fez efeito em você??
Agora, tem um aspecto fundamental que deve ser levantada, que tem relação com as práticas alimentares. Não há melhor modo de se reduzir lixo do que a redução de consumo de alimentos industrializados. E com isso, há uma melhora imediata do perfil de consumo de alimentos das pessoas. Pense bem, quantas coisas você come ao longo do dia que vem de dentro de pacotes? Quer dizer, define-se melhor como alimentos que estão prontos pra consumo ou de rápido preparo. Se você reduzir esses alimentos de forma significativa, vai fazer um bem ao meio ambiente, por reduzir a quantidade de embalagens e de recursos naturais que certamente essas fábricas estão usando para produzir esses alimentos. Além disso, vai te fazer um bem tão grande... Você terá uma alimentação sem excesso de açúcares, gorduras saturadas e trans, sódio e outros conservantes. 
Acho que a alimentação é a melhor forma de entendermos que o que faz mal ao meio ambiente também faz mal para nós, com a mesma dose de devastação.
Deixa o refrigerante, o biscoito, o nugget, o peito de peru defumado, a lasanha congelada. Até mesmo o adoçante. Tira isso da sua despensa. Ultimamente, eu ando com um nojo da Coca Cola, por ser uma indústria tão... nojenta. Estou até pensando em fazer uma prática educativa falando só sobre refrigerantes. Mas enfim, esse assunto é pro "Nutrindo a Mente".
E aí, depende da consciência de cada, e do desenvolvimento de uma nova forma de lidar com o sabor. Ei, jovem! Quando você não come determinado alimento, pode ter certeza que ele passa a não aparecer mais na sua despensa. 
Para finalizar, faz bem também ao meio ambiente não julgar uma pessoa precipitadamente. 
Depois desse relato meio ambientalista, volto para minha vibe melancólica, pelas missões que nunca conseguirei cumprir. 
Já cansei de protestar em vão
Só existe a paz no coração 
De quem ama e é amado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Barca do Caronte

No Carnaval desse ano, a Unidos da Tijuca trouxe um enredo surpreendente, sob a batuta do maestro e gênio Paulo Barros. O primeiro carro alegórico fica na história do Carnaval carioca como um dos mais bonitos de todos os tempos. Ele representava o Caronte, o nome de verdade da Dona Morte, da Turma da Mônica (lembram?). Até aquele momento, pra mim era a Dona Morte.
Ao longo daquele desfile, ele foi abordando o quanto a Morte nos põe medo, mas que, pelo menos na ficção, os heróis vêm para nos salvar. Talvez, eles tenham um papel até maior, de resgatar a nossa fé.
Enfim, um lindo carro, um lindo Carnaval. E uma boa lembrança para momentos como esse. Quando vemos que a barca da Morte está fazendo uma espécie de lotada com muita gente que vai realmente fazer falta.
Elizabeth Taylor morreu ontem, e levou consigo o único exemplar de olhos cor de Violeta. Pessoas únicas ficam cada vez mais raras, e a barca está cheia delas. Honestamente, eu não sei nada de mais sobre ela, e prefiro nem procurar informações para tornar deste post algo informativo. Para isto, existe Wikipedia. Nunca vi um filme dela, na verdade. Mas, a única imagem que me vem na cabeça quando ouço seu nome é do Natal de 1993. Elizabeth tentando levar o espírito do Natal para a casa de Michael Jackson.
"Porque eu não consigo ver Natal sem Michael Jackson, e Michael Jackson sem o Natal." 
É claro que neste momento, a imprensa já fez suas reportagens que resumem a vida e obra de Elizabeth Taylor. A estranha mania de fazer reverência quando já é tarde demais.
Do pouco que eu vi, percebo que perdemos o último exemplar, ou um dos últimos exemplares, do que é ser uma diva. Esse conceito se perdeu tanto que Madonna é diva, Lady Gaga é diva, Rihanna é diva, Beyoncé é diva.
Então eu sou diva também. Divagando na maionese. #fail
Mas isso é muito sério! Ser diva não é só ser sinônimo de elegância e beleza (como se algum dos nomes citados acima fossem exemplo disso). Para mim é muito mais que isso. Ser diva é honrar os peitos, explicando de forma bem grosseira.
É carregar dentro de si o amor, a angústia e a arte. É ser tão frágil e tão resistente. É viver os maiores pesadelos em vida e sobreviver para contar a história. É ajudar a quem precisa. É ser amiga amorosa e companheira. É ser um exemplo para uma geração. Exemplo de feminilidade e de força.
Desafio: leia os nomes de artistas que citei acima e tente encaixar nessa descrição.

Como disse a Lua para mim hoje, o ciclo está se fechando. Isso me deixa tão desolada... Tão triste, triste, que não há como se deixar vencer pelas lágrimas. A fé, que já anda tão abalada, esvai-se como areia fina entre os dedos. Há um clima de desesperança, de desespero. É ter a certeza de que nosso fim será tão trágico.
O tempo não tem piedade, e ele passa. E, poxa, esse já é um assunto tão recorrente e batido, mas não há como não falar disso. O que deixaremos para nossos filhos, em termos de exemplos e de esperança? É claro que você, Caronte, não tem culpa alguma. Esse é seu trabalho, afinal. A culpa é inteiramente nossa, que não nos ocupamos nem um pouquinho em celebrar e enaltecer aquilo que é importante. E aí, quando mais alguém entra na barca, dizemos um "Tchau, hein!", como se estivéssemos apressados pra pegar o ônibus.
Não é só alguém que morre. São todos os valores que morrem junto. Extinguem-se como micos leões dourados (não me corrijam com plurais). Aí, fica tudo tão sem sentido que a notícia seguinte à morte de Elizabeth Taylor trata da quinta vez que a Mulher Melancia vai posar nua.
Agora, vem aqui, Caronte, vamos fazer um acordo? Não dá pra trocar alguém que vale a pena ficar mais um pouco pela Suzana Vieira? Essa eu te garanto que não vai fazer falta, pode levar.
Desculpas pelo post meio esquisito, tomar café meia noite dá nisso.  

domingo, 20 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

Três coisas que não me impedem de jogar a TV pela janela

Depois de algum tempo, um texto de amenidades. Vamos ver se ainda sei fazer.
A televisão é um vício recente. A necessidade da sua presença na sala de estar em todas as casas e classes sociais é coisa da nossa geração, por mais que os mais velhos tenham assimilado o hábito de ver TV de forma bem natural. Lembro do meu avô, que sempre às 17h, falava: "Agora vou ver minha Araguaia...". Disso eu sinto saudades.
No entanto, a televisão se tornou um lixo eletrônico, no sentido máximo dessa expressão, especialmente na última década. O jornalismo é nojento, sensacionalista e espreme-até-sair-sangue, mas todo mundo está cansado de saber da função "manipular" que vem embutida nesse aparelho. Pena que não dá pra desativar essa função no controle remoto.

Os programas de entretenimento propõem uma forma no mínimo estranha de diversão. Aquele programa do Rodrigo Faro é de dar dó, e faz o maior sucesso. Teve um dia que ele estava imitando o Cazuza, e a produção colocou uma maquiagem que tentava imitar a magreza excessiva do Cazuza. Era bem grosseiro, e achei desrespeitoso, porque ele não era magro porque queria. E nem é algo que deveria ser exaltado de forma caricata, porque se tratava da consequência de uma doença. Enfim, algo que não leva a absolutamente nada, muito menos a diversão. Pelo menos para mim.
Atualmente, até que eu vejo bastante televisão, porque o cansaço é tão crônico que procuro algo em que não tenha que pensar muito. E a TV foi feita pra isso, não é?
O primeiro programa que eu realmente gosto de ver é Futurama. Um desenho animado nem um pouco inocente, e muito menos para crianças. Um dos criadores dessa série também idealizou Os Simpsons, por isso a semelhança de estilo. Porém, tem um conteúdo bem mais nerd.

É tão nerd, tão politizado, e tão americanizado que eu acho que eu não entendo nem metade das piadas, mas ainda assim consigo dar umas gargalhadas de 80 decibéis.
Citando Futurama:
  • Bender: Eu vou construir meu próprio parque de diversões, com jogos e prostitutas! Tá, esquece a parte do parque de diversões... 
  • Bender: Vocês humanos atiram DNA uns nos outros para fazer bebês. Eu acho isso ofensivo. [cara de desdém] 
  • Leela: Bender, você está me chantageando? Bender: Não, eu não faria isso, eu prefiro chamar de extorsão. O 'x' deixa a palavra mais interessante.  
  • Leela: (para Fry) Eu vou te fazer lembrar o que é ser um humano de um jeito que só uma mulher pode fazer. Prof. Farnsworth: Ela vai lavar a roupa dele??? 
  • Bender: Então Deus, será que você poderia me mandar de volta para a Terra? Deus: Terra?? Onde fica isso?? (essa deu MEDA) 
Adoro Futurama não por ser inteligente, porque na verdade eu não entendo nada da parte de ficção científica e afins que é bem desenvolvida na série. Gosto porque é atrevido. A Band retirou Futurama do horário nobre, então não poderei mais acompanhar. Mas me despedi deles em grande estilo, com um episódio em que a gente podia fazer diversos paralelos com o populismo, fascismo e outras formas de governo radical, realmente sensacional.


Bender é o robô mal encarado que leva esse desenho pra um outro nível. Essa cara de mané canastrão que ele tem é impagável, a piada já começa aí. Um sujeito de metal de caráter questionável, sempre com seu charuto na boca.
 
Por mais que seja um 'desenho-cabeça', tem seus momentos que apelam ao sentimento do telespectador. Kiff e Amy formam um casal fofo ao extremo: ela, uma garota riquinha e volúvel, ele, um extraterrestre muito tímido e carinhoso.

Leela em especial vive uma história mais dramática, por não conhecer os pais e se considerar um exemplar único de algum tipo de extraterrestre que tenha habitado um planeta desconhecido. Sente-se sempre uma estranha no ninho e tem más recordações de seu tempo no orfanato. No episódio em que ela encontra os pais, ela descobre que na verdade eles são mutantes que vivem no esgoto na cidade de "Nova Nova Iorque", e que eles a deixaram no orfanato para que ela pudesse ter uma vida melhor, com menos preconceito, já que os mutantes são seres menos importantes que os extraterrestres. No fim desse episódio, eles dizem que nunca a deixaram sozinha, e vão mostrando imagens ao longo de sua vida, com mãos vindas dos buracos e dos ralos que a protegiam de perigos que ela nem percebia. Foi muito fofo e delicado.

E Fry! Um grande representante do americano idiota versão 2000, criado pela TV e pelo videogame, sem nada mais interessante na cabeça, mas que no fundo é um sonhador. Grande amigo de Bender, e apaixonado por Leela.

Mas, coitado, ele é um idiota, e isso não atrai em nada a Leela. E mesmo ele fazendo coisas fofas, fazendo acordos com o demônio robô para impressioná-la, e até sacrificando sua própria vida, Leela não dá uma oportunidade.

Há muitas outras coisas interessantes que eu poderia comentar sobre Futurama, mas aí precisaria de memória, e de recursos básicos como uma internet decente. Como essas coisas inexistem, fica só aqui declarado meu amor por Futurama. E minha saudade de ouvir Bender dizer "Ah, morda o meu traseiro de metal!"

Nossa, daria até pra terminar esse post por aqui, de tão linda que ficou essa seção Futurama!
A segunda coisa que me motiva a ver televisão é CSI. Há alguns anos, eu vi um episódio, e não gostei.

Talvez estivesse numa outra vibe. Mas, hoje, enxergo essa série como algo importante pra minha rotina.

Acho importante ter algo que te dê um senso de justiça, mesmo que fictício. Além de eu particularmente achar linda e poética a busca da verdade através da ciência. talvez eu seja suspeita pra falar sobre essa assunto, olhando por essa ótica.
Pode parecer uma coisa repetitiva, ter todos os dias um episódio que segue um protocolo, e que vai sempre pela mesma estrada, até encontrar-se com seu desfecho. Por isso, encaixa-se tão bem na rotina, porque não é isso que ela é essencialmente? Os dias não são todos iguais, mas seguem sempre as mesmas etapas para chegar ao fim.
Nessa série, eu tenho meu mentor intelectual: Gil Grissom. Aquele cara que eu fico olhando e ouvindo as coisas geniais que ele fala... É inspirador. Talvez eu esteja desenvolvendo um amor platônico pelo personagem, mas acho que não é nada muito grave. Acho.

A relação de Gil Grissom e Sara Sidle, que era escondida até alguns episódios atrás, também é algo bem relevante na série. Eu adoro casaizinhos fofos. É claro, por exemplo, que eu adoro Fry e Leela. O fato de ser escondida gerava uma espécie de linguagem não verbal entre as personagens que era muito interessante.

Pena que uma assassina em série percebeu essa linguagem não verbal e a usou contra Gil Grissom. O simples ato de passar a mão no braço de Sara para pegar a alça de uma câmera fotográfica. A assassina das miniaturas sequestrou Sara, e então Grissom acabou por assumir para os colegas que eles tinham um relacionamento.

  • Grissom: Já que eu tirei dela o que ela mais amava, ela quer tirar de mim o que eu mais amo. [Caras de WTF da equipe]

Foram muitos os momentos fofos, mas por enquanto Sara deu uma surtada e sumiu. Bom, na verdade, tudo é um mistério. No final do episódio de ontem, Grissom estava em casa, atendeu o celular, esticou-se no sofá e soltou uma risada suspeita. Ela deve estar para voltar então...
Grissom é um cara que definitivamente não existe. Tem um conhecimento tão profundo sobre as coisas... É intelectual, mas não é arrogante. Só tem aversão a qualquer comportamento ignorante, tais como o puxa-saquismo. Simples, mas genial. Um cara que vez ou outra cita Shakeapeare. Cara, que geninho.
Outras citações de CSI:

  • Sara: Eu já ouvi dizer que, depois que as abelhas forem extintas, a raça humana sobreviverá somente por mais três anos. Grissom: Isso não foi cientificamente comprovado. Sara: ...Ah. 
  • Rhodes: Obcecados dolorosamente tristes têm muito tempo livre. 

Enfim, gosto de assistir CSI porque é algo que eu acho que transmite várias coisas interessantes para o meu subconsciente. Justiça, verdade, ciência, vida, morte. Um mix de palavras e vivências tão complexas. Pode-se aprender sempre.

Imagina transformar a sua infância num seriado de comédia? O meu seria perfeito: uma menina sempre em lugares inapropriados pra sua idade, que aprendeu grande parte das coisas que sabe ouvindo a conversa dos bêbados, azarada desde o berço e cdf. Nossa, seria um sucesso. Mas não tão grande quanto a vida de Chris Rock transformada em Todo Mundo Odeia O Chris.

Como bem disse o Marcos Mion, o Chris é o Chaves da Record. Tudo que é janela de horário, eles passam essa série. Então, não foi bem uma escolha colocar o Chris na minha seleção televisiva, é porque muitas vezes só tem isso pra ver. E como não é ruim, você acaba vendo.
As piadas levadas ao pé da letra, a pão-durice de Julius, a arrogância de Rochelle e o azar de Chris fazem dessa série algo que se adaptou muito bem ao gosto do público brasileiro. Se ela tivesse o mesmo sucesso que teve aqui nos Estados Unidos, ela teria um final decente.
Citações de Todo Mundo Odeia O Chris:

  • Rochelle: Quem quer brincar de arrumar a droga dessa casa????
  • Tonya: Mãe, cadê o Chris? Rochelle: Eu falei pra ele me obedecer, mas ele não me ouviu. Bati nele até ele ir pro espaço. Só volta na quinta!
  • Julius: Quer dizer que eu não vou ganhar a TV??? 
  • Malvo: Eu quero ir pra escola, sentir o cheiro dos livros, quero brincar com as crianças, fazer bagunça. Chris Rock: Parece o diário do Michael Jackson!
  • Presidiária: Tá aqui por quê? Rochelle: Arranquei fora o nariz do meu filho.
  • Rochelle: Garoto, PÁRA DE ESTUDAR PRA VOCÊ IR BEM NA PROVA! 

Confesso que no tempo em que estava na casa dos meus avós, o Chris era uma das minhas poucas conexões com o mundo real, e principalmente com a música, o que é um grande trunfo da série. Eu via para poder ouvir as músicas que eu estou tão habituada a ouvir. O Chris Rock coloca algumas piadas mais políticas também, principalmente esculachando o George Bush.
Um dos meus episódios preferidos é o do dia de Ação de Graças. Primeiro, pela paródia explícita à série 24 horas, que eu amo de paixão. E, no final, quando Chris lê sua redação sobre o que ele seria grato nesse feriado, ele arrebenta:

  • Portanto, neste dia de Ação de Graças, eu sou grato por NÃO ser um cidadão nativo americano. 


Mas, na verdade, se você reparar bem no título do post, essa não seria a resposta correta. As três coisas que me impedem de jogar a TV pela janela são: 
  1. Minha mãe ia me matar se eu fizesse isso;
  2. Precisamos da TV para assistir DVDs;
  3. Na minha janela tem grade.



domingo, 13 de março de 2011

Engole o choro, agora! Ai, ai, ai!

Sabe quem é Bruna Linzmeyer? Sabe? 
Essa pessoa destruiu a parca dignidade do meu domingo.

Desculpa, só precisava dizer isso pra alguém. Pra me fazer acreditar que a culpa é dela.

Nesses fins de domingo, cai a ficha de que nada valeu a pena. A agonia e a tristeza reinam na solidão, e revelam um futuro escuro. A penumbra é a representação máxima da vida. Vida sem cor, sem porque e sem como. As lágrimas são salgadas, porque a felicidade é doce.
Serei eternamente grata por você ter me mostrado o caminho, e ter me levado pela mão até onde te foi possível. Mas eu não consegui, não pude. Não poderei mais. Eu desisto, eu abro mão. Eu abdico. 
Sou fraca, e estou partida em tantos pedaços que não é possível nem contar. E nem ao menos tentar colar o que já foi colado tantas vezes. Não deu certo, então esquece. Admiro seus esforços em me ensinar a ser uma pessoa melhor, seu compromisso em me encorajar, seu testemunho de glórias e conquistas como forma de distração ou até como incentivo. E serei sempre grata por isso. Mas ninguém mais tem que se machucar, a não ser eu. 
Desde o começo, tudo foi um erro. Então, deixa. Quanto menos incomodar o mundo, melhor. 

sábado, 12 de março de 2011

As cartas

Estava pronta para dormir, só ia antes escrever no meu caderno-quase-diário. Fui pegar uma caneta na sala para poder expressar minhas inseguranças e expectativas para amanhã.
E a caneta que peguei não escrevia, a folha permaneceu em branco. Peguei uma folha de rascunho para riscar com a bendita caneta e não funcionou.
Aí, a sua mensagem chegou.
Minha tristeza transbordou-se em lágrimas, porque não importa se as folhas estão em branco ou escritas, elas se vão de igual forma. Por mais valioso que seja o escrito, ou o não-escrito, não importa. Eu lamento muito.
Mas o importante é o que transcende a matéria, e que é a lição mais dura de nossas vidas como filhos de Deus. Você é minha irmã, e isto nunca virará cinza.
Ou uma folha em branco.


Eu te amo.

domingo, 6 de março de 2011

Bite-my-shiny-metal-ass way of life


MusicPlaylistView Profile
Create a playlist at MixPod.com

Tenho inveja dessa "ela".

Ontem me peguei pedindo desculpas pela minha distância em blog alheio. O que fez um sentido tremendo.
Não apareci porque realmente não dava. Por todo tipo de incapacidade.
Meu processo de emburrecimento está a cada dia mais acelerado, parece que não tenho mais capacidade intelectual para pensar num tema e desenvolvê-lo. Sabe?

O que uma pessoa tem que ter pra inspirar uma música tão bela?

Ando bem vazia. E bem inútil. Dispensável. E é importante dizer que hoje estou de bom humor.
Quer dizer, você chega na Saraiva e vê um monte de livros interessantes que você não pode comprar. Aí, você vai na parte de CDs, e aí na mesma seção onde está a Aretha Franklin, vc encontra a Mariana Rios. Soul e R&B.
Quer dizer, mais nada faz sentido. Entende?

Pressinto períodos difíceis. Pressinto é o caralho, eles já começaram. Eu já estou nesse período difícil há uns dez anos. Só espero estar aprendendo alguma coisa. Pelo menos, a lidar com todas esses infortúnios com mais serenidade.
Hoje, estava prestando atenção em "Azul da cor do mar", e ele diz que quem sofre tem procurar e, de alguma forma, achar alguma razão para viver. Complexo isso. Nunca parece o bastante.

Não pergunte por onde eu estive, nem o que eu vi. Nem me pergunte o que estou fazendo, não estou nem um pouco a fim de responder.
Só quero ficar sozinha. Tá bom assim, nesse equilíbrio mórbido.

E depois do Carnaval, o Warrick vai morrer em CSI, puxa vida... Trágico.