domingo, 12 de outubro de 2008

"Quando eu não tinha o olhar lacrimoso..."

Semana passada, o post saiu meio de sopetão, mas acho que foi muito franco e espôntâneo. Até porque gerou muitos comentários que pra mim serviram muito, tanto os on, quanto os off. Eu tenho que me lembrar de quando encontrá-las pessoalmente, dar um belo peteleco na cabeça de vcs por me deixarem com cara de quem corta cebola no meio da faculdade. Aninha, em vc são dois petelecos, essa não é a primeira vez, kkkkk

É muito bom, muito confortante, muito muito muito importante perceber que não estou sozinha.

Enfim, o problema é que continuo sem resposta a minha pergunta, porque as opiniões foram muito contundentes e, ao mesmo tempo, opostas. Até porque não ficou muito bem definido se essa mudança se refere a uma mudança de caráter, de personalidade ou de hábitos mesmo. A diferença entre os três?? Sei lá, não faço a menor idéia.

Ao ler os comments, parei pra refletir sobre algumas coisas.

Imaginem a quantidade de pessoas que estão do nosso lado e que passam pelo mesmo conflito na nossa rua. Na nossa cidade, no nosso mundo. A verdade é que a Terra se tornou um buraco negro repleto de almas aflitas, que não encontram o que o meu querido Michel Melamed sempre pergunta: qual é o sentido da vida???

E imaginem também uma coisa: muita gente reage a esse "sensação estranha" se retraindo, recolhendo-se na sua própria concha e tentando esquecer que existe um olhar julgador a cada esquina. Mas será que algumas pessoas não reagem a traumas ou fases ruins de outra forma?? Por exemplo, sendo extremamente extrovertido, falante, aquela pessoa que faz todo mundo rir. Estranho pensar que uma pessoa desse tipo precise de ajuda. Aí é que mora o perigo. Quem vai olhar pra uma pessoa desse tipo e pensar que ela precisa de um ombro amigo.

Outra coisa que pensei agora... As pessoas passam por essa fase. Mas será que todas superam?? Será que esse tipo de mulher de 30 enraizada na nossa sociedade (pelos filmes e novelas) que dá pro primeiro que aparece na balada, "travestida" de mulher independente e segura... Será que esse retrato da grande mulher do século XXI não é nada mais do que um poço de solidão e insegurança?

Eu não sei do que serve esse monte de coisas que passaram pela minha cabecinha, mas eu acho que vale ao menos pra deixar claro que às vezes nem tudo que parece é, que as coisas não são tão simples assim. Ainda mais o ser humano, o bicho mais complexo desse mundo mundial.

Não sei se um dia eu mudo. Vou pedir a ajuda do Belchior pra poder me expressar:

"Não sou feliz, mas não sou mudo!
Hoje eu canto muito mais..."

Não tá bom, mas também não tá ruim. Eu tento sempre estar bem, porque pra mim é um insulto eu me dar o "privilégio" de estar triste. Definitivamente, não tem motivo.

Eu tenho um teto (mesmo que alugado, kkkk).
Eu tenho o que comer.
Eu tenho meus pais vivos, graças a Deus.
Eu tenho minha mãe do meu ladinho (por mais que de vez em quando aquela coisa de aborrecente bate e a gente tem vontade de expulsar a mãe de casa, kkkkkkkkkk)
Eu tenho agora o privilégio de realizar o sonho de estudar numa faculdade pública.

Agora me diz por que eu tenho que ficar triste??

Aparentemente não tem motivo. Mas simultaneamente, as pessoas geralmente se esquecem disso. Olherm por outro lado: depressão não tem classe social.

É nesse momento que eu acho que todos temos o direito de achar que falta algo sim, de achar que alguma coisa dentro de nós nos faz mal. Temos todos o direito de nos sentirmos um grande merda no mundo.

Fui extremamente contraditória, mas eu acho que a vida e é justamente isso: um monte de coisas que não fazem sentido, mas por serem opostas, se complementam...

Acho que dessa vez ficou difícil de entender, jajaajjaja, mas em síntese, significa dizer que, claro que devemos agradecer a Deus pelo que Ele nos tem dado, mas a gente não é um agregado de necessidades básicas. A felicidade é um sentimento que tem vida própria, que não depende só disso...

Poderia ficar escrevendo hoje por horas e horas sobre essas subjetividades humanas.... Voar pelos sonhos e anseios dos homens e mulheres desse universo particular.... mas tenho que fazer um trabalho ridículo de um(a) professor(a) insuportável...

Beijokass pra vcs!!

2 comentários:

Raquel disse...

Poxa, fiquei chateada de você não ter entendido meu último comentário. Eu escrevi com tanto carinho, mas tá... hahaha
Vou tentar escrever direitinho dessa vez, ok?
Eu já abservei muito as pessoas, e apesar de estar evitando , continuo observando.
Tudo o que acontece comigo, a principio eu acho que SÓ acontece comigo. Até que um belo dia aparece alguém que sente as mesmas coisas. A cada dia isso tem sido mais comum, porque a depressão é o mal universal, essa sensação que 'está faltando alguma coisa' raramente alguém não sente. Então parei de ficar me achando diferente.
O que eu ainda não consegui foi o que vc falou de se dar conta da sorte que eu tenho. Em uma postagem mais antiga do meu blog, chamada 'Vinho e Jazz' teve um caso desse. E é o que acontece com todos nós.
Para isso que estão os amigos. Que são aquelas pessoas que estão do lado de fora de nós e podem as coisas que não vemos com mais clareza. Só que como eu falei na última postagem que você respondeu, as pessoas estão dando muitos conselhos errados. O que nos obriga a cada dia ter que aprender sim a olhar pra dentro de nós e fazer uma lista de coisas que a gente tem de bom nessa vidinha. Igualzinha a essa que você fez!
Eu até posso tentar te ajudar! E espero não estar falando nenhuma besteira! hehehe Também posso fazer uma lista das coisas legais que fazem você ter a sorte de ser como é:

•Você gosta de estudar! Pense em como isso facilita a sua vida, pensa em como você pode chegar mais longe com muito menos esforço! Imagina a dificuldade da maioria das pessoas que detestam estudar, mas que sabem que não adianta, é a única maneira (além de dar para os professores) de se formar em uma faculdade pública.

•Você se conhece. Tanto que você sabe falar de você, conhece suas falhas e suas conquistas. Você pode até prever como vai se sentir diante de várias possibilidades. E isso acaba te dando capacidade de falar também de outras pessoas .

•Você tem amigos. Dentro e fora da net, pessoas que escutam o que você tem a dizer. Imagina quantas pessoas não são ouvidas, por timidez, soberba ou o que seja. Imagina que terrivel seria ter que reprimir todas as suas idéias e seus surtos de criatividade!


Não falo de coisas materias porque eu nem te conheço ainda...
E só pra fechar, acredito piamente nisso que este mundo aqui fora em que vivemos e esse mundo que vive dentro da gente tem que existir juntos y revueltos!


mil beijos!!
Raquel

Anônimo disse...

Opssss...calei-me...num falo + nada hehe...

ah num vem não hein...se tu quer me dar 2 petelecos,eu te dou 4 tah...quem manda escrever bonito ou escrever coisas q me tocam e eu acabo falando + do q devia...
(cá entre nos,morri d vergonha depois q coloquei meu comment,.+ já foi neh)...
tah,+ foi bacana tudo isso...na minha kbecinha nao existia + ninguém na face da terra com tanto rolo,com tantos conflitos como eu e claro q num eh vdd neh...eh bacana poder ter algum contato com alguém "como eu",pelo menos não me sinto um extra terrestre,uma coisa estranha,ou ate me sinta,+ sei q num sou a única(cara,to te chamando de coisa estranha??? hehehe,leva a mal não amiga)
bom,definitivamente eh soh isso q tenho a dizer...ja são 2 petelecos na minha conta,ate o dia q a genti se conheça,terão mtu + acumulados,tenho certeza...
Bjinhus miga...
T kiero cañon :)