sábado, 2 de maio de 2009

Amores e amores


Dreams On Fire - A R Rahman ft. Suzzanne

Antes de começar, esta é a música que eu realmente queria ter colocado no post passado, já que a M.I.A. foi chocante por causa dos tirinhos básicos, jajaja!
Confesso que na verdade não tenho nenhum tema específico pra tratar hoje (novidade). Eu começo o post pela música, e creio que o clima do texto deve combinar com o clima da música.
Poderia ter contado as coisas que aconteceram na minha semana, mas nada de muito especial, como sempre.
Poderia dizer que tomei minha segunda dose de Hepatite B, e que tomei uma bronca da enfermeira por ter demorado quase um mês em voltar. Que morri em dez reais na xerox, pra pagar mil textos que ainda não comecei a ler. Que fui mal na prova de uma disciplina que eu venho estudando desde que começou o período, e por isso estou frustradíssima. Que tenho uma prova de técnica dietética, mas estou com uma preguiça mortal de estudar. E que estou com o rádio ligado pra não ouvir o Alexandre Pires do vizinho pela milésima vez.
Alguma coisa de interessante que se possa comentar?
Então, o jeito é usar a música como inspiração.

O amor transborda da letra e melodia de "Dreams on fire". E também da história que ela ajuda a contar, afinal Jamal (Dev Patel) nunca se esqueceu de Latika (Freida Pinto), mesmo com todas as reviravoltas que uma vida pode dar. Mas o amor entre duas pessoas é algo muito restrito, muito particular e diria até personalizado. Tem uma música da Aline Muniz que fala sobre isso, e dá pra ter uma noção disso:

Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champanhe, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça

Tem homem que briga pela bem amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece

Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais,
Mas jura sabendo que não é capaz

Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à beça pra gente falar
Mas não interessa, o negócio é amar

E como nesse terreno, cada caso é um caso, é díficil teorizar o amor. Acho que a teoria sobre o amor mais sucinta e mais... apropriada que eu conheço é essa:

"Deus é amor
O amor é cego
Steve Wonder é cego
Logo, Steve Wonder é Deus"
* Isso é que dá prestar atenção no que escrevem nos rodapés de programas de TV.

Mas voltando a falar sério, há uma busca incessante pelo amor. A forma mais fácil de teorizar o amor e idealizá-lo é escrever. Romances.
Isso explica o fato de romances como Crepúsculo e todos os outros livros da série serem um sucesso absurdo. Não estou dizendo que é feio ou 'não cult' ler esse tipo de livro. Só digo que o encantamento pelo livro surge por algo que devia ser a base de nossos pensamentos e nossas ações: o amor.
Por isso as pessoas acham tão lindo a forma como há a "interação romântica" entre os protagonistas, as frases impactantes e apaixonadas que o vampiro diz à mocinha. Infelizmente, nos surpreendemos e suspiramos quando lemos esse tipo de coisas, quando na verdade, era pra ser o mais normal entre os seres humanos, 'entende?'
A verdade é que nesse mundo estranho, de coisas mais e mais bizarras aparecendo a cada dia, com uma violência estampada na cara do cotidiano, o amor está cada vez mais raro. Estamos ávidos por paz e harmonia, mas ainda não percebemos. Por isso até quem lia Harry Potter queria achar um romance entre Harry e Ermione, quando esse nem era tema principal do livro. Ainda tem gente até hoje querendo matar a autora por ter unido Ermione a Rony. (Nunca li os livros, nem vi os filmes de Harry Potter. Mas como todo e qualquer habitante do planeta Terra, conheço pessoas que gostam.)
De forma nenhuma, posso mortificar aqui os que tomam pra si essa árdua tarefa de tentam teorizar o amor na forma de personagens fictícios, afinal escrevo em parceria uma fan fic. Fan fic é uma história escrita por fãs baseada no seu objeto de admiração. Tudo que é corrente fanática tem suas fan fics. E nelas se descobrem verdadeiros talentos, e longe disso eu estou incluída, kkkkkkkkkkkkkkkk!
Mas a graça de reinventar histórias, principalmente histórias românticas como "La fea más Bella" é não perder o contato com essa aura positiva, mesmo que você não tenha nascido pra isso. Porque eu acho que amor tem uma aura, uma "alma" que completa a nossa existência. E não é necessário muitos esforço, ou muitos 'furfles feelings' pra perceber.
É por isso que eu escrevo, tanto na fic, quanto aqui. Porque amo o que escrevo, amo o que faço, e sei que faço o que me sai da parte emocional do meu cérebro, porque no meu coração mesmo só tem sangue e uma mitral levemente avariada, hehe! Além disso, o resultado, me deixa muito satisfeita, tanto no eixo 'produção' e no eixo 'satisfação pessoal'.

Mas esse amor é muito pequeno frente ao amor que verdadeiramente deve existir no coração de cada um dos habitantes desse mundo: o amor à vida.
Valorizar a vida é amar os que te cercam e querer o bem de todos, e ter todos os seus companheiros de planeta Terra como seus colaboradores para um mundo melhor.

Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois...

É cuidar de seu próprio corpo, afinal ele te foi dado sem nenhum custo. Todos vamos morrer, mas a forma como você cuida do seu corpo vai determinar como você vai morrer. Pense nisso!

Bom é não fumar
Beber só pelo paladar
Comer de tudo que for bem natural

Cuidar da mente também é fundamental. Fazer algo que ocupe seus pensamentos é bom, mas na medida certa. E lembre-se dos ensinamentos do grande mestre:

Trabalhar não é ruim O ruim é ter que trabalhar

Aí você vai me perguntar: e você faz alguma coisa dessas aí?
Claro que não! Não sou hipócrita! Não sei a fórmula de uma vida perfeita. Mas o mínimo de consciência temos que ter. Não é fácil ter auto-estima, Angélica Vale que o diga. Não é fácil dissociar o dinheiro da felicidade, Jaime Camil que o diga. Então como eu não tenho nenhum dos dois, eu parto do ponto zero.
Hoje, estou feliz porque estou no ponto zero, pois poderia estar no ponto negativo. Esse ponto negativo se chama depressão. Sobre o assunto, minha amiga Raquel eescreveu em seu blog sobre o assunto, por uma motivação que é realmente intrigante: porque um jovem saudável, entrando no nível universitário, com dois braços e duas pernas, se joga de um prédio e decide qual o fim da história? (Leia aqui, não seja preguiçoso).
Depois discutimos sobre o assunto nos comments mesmo, e ela me falou sobre um texto que tinha lido de um escritor que descrevia o que era isso de se matar, qual é a motivação. E chega-se a conclusão de que o que opera esse desastre é falta de sentido na vida. Ela simplesmente perde a graça. Ou seja, fazendo uma analogia bem generosa, a essas pessoas falta o amor. Falta sentir a presença desse sentimento nas suas vidas.

O amor é o que dá sabor à vida.
O amor é a manteiga no pão quentinho.
O amor é o azeite da salada.
O amor é a cereja fresca no bolo.
O amor é a cobertura de chocolate no bolo de cenoura.
Ou seja, sem ele a vida não tem a menor graça

Então, pelo amor de Cristo, ame. Ame. Só ame. Ame a sua mãe, o seu pai, a sua madrasta, o sol, o Aterro do Flamengo e a visão que a gente tem do Pão de Açúcar quando pega o microonibus da faculdade junto a umas cem cabeças. Ame a sua rotina, pelo menos você tem uma. Ame até a gata insistente que ainda pensa que a casa ao lado da sua ainda é seu lar.
E não preste muita atenção no Jornal Nacional. Não adianta saber de cor e salteado todas as tragédias que ocorreram no dia e não se levantar do seu sofá pra tentar reverter essa situação. Pelo menos, ame a Deus e ame a vida por essas tragédias não terem acontecido com você. Acredite, já estará fazendo uma diferença brutal no climão que esse mundo vive.
Lute para transmitir segurança e felicidade para as pessoas que te cercam, também estará fazendo uma diferença brutal na vida dessas pessoas. Todos têm problemas, e nem sempre gostam de dividi-los com os outros. Mas só o fato de ver alguém que consegue se equilibrar nessa corda bamba que é a vida já pode ajudar o outro a perceber que é possível atingir essa grande façanha: a felicidade.

Quem somos nós pra falar de amor? Quem somos nós para julgar o amor dos outros? Cada um ama como quer, quando quer, se está disposto... Mas sabe por que é importante amar a si mesmo? Porque aí você não fica dependente do amor alheio. Claro que precisamos de outras pessoas, ninguém tem vocação pra ser Robinson Crusoé. Mas se amar é um fator protetor para a obessessão e a decepção. Experiência própria. Afinal, cada um ama como quer, não existe regras, não existe um limite. Ainda não existe Constituição nem Bíblia para guiar os nossos passos no território do amor. E sei disso, cada um faz o que quer com seu cuore, mas convenhamos: não seria mais fácil se tudo fosse mais natural, sem tentativas de previsões, sem tentar evitar danos? Simplesmente ir e pronto? Teorizar o amor na forma de romances é bom pois populariza o conceito, todos podem sentir uma amostra grátis do que é o tal amor. Mas não tente colocar muita teoria no amor de verdade, isso não existe, isso não é de Deus.
Experiência própria.

3 comentários:

Raquel disse...

Alguma coisa lá no fundo do meu ser me dizia que vc estava pensando nesse final do seu texto desde que eu li o título! Será que eu te conheço muito bem, ou só penso a mesma coisa? Seeeei lá.

Eu recomendo demais os livros da Nora Roberts, apesar do teor de livro de banca de jornal, ele vende inexplicavelmente pelo mundo afora, porque aqui ou na China existem pessoas em busca desse amor mais fantasioso. Na verdade não é nem questão de ser ou não ser da Nora Roberts, mas sim de ser essa coisa ficcionada que a gente tenta trazer para os nossos dias.

O dorama que eu estou assistindo trata disso, e é a razão de eu dizer que ele foi milimetricamente feito pra mim. É a história de um escritor de romances desse tipo que perde a inspiração e se ve obrigado a viver a própria história. Per-fei-to, e engraçado, como tudo na nossa vidinha real fica ridiculamente tragico quando a gente tem que viver a realidade.

Muitas de nós (sim, eu estou falando de vc e eu tb), leva esse escritor que teoriza a vida dentro da gente. Ainda não descobri se de verdade é bom ou ruim, quando eu descobrir (se descobrir) eu volto pra te contar!

O que eu posso adiantar é que me parece um pouco prejudicial. Se por um lado ajuda a ter esperanças em um mundinho mais ou menos que não promete muita coisa, por outro - e que acaba contando mais a longo prazo - deixa a gente despreparado para enfrentar algumas situações e criam uma expectativa que pode ser que nunca seja atendida.

Mas amar ainda é essencial. Talvez amar seja mais importante que ser amado quando se trata em crescer como pessoa. E eu bem ando apaixonada, sabia? ^^

Dia desses vi em um blog uma foto de um muro de São Paulo escrito com tinta preta: O AMOR É IMPORTANTE PORRA!

é importante mesmo, porra!


ah, voltando ao inicio, eu gastei 28 reais de xérox semana passada :S

Unknown disse...

Sabe qual é o pior?
Acho que não estava pensando no final, hahaahahah! Veio tudo mais ou menos junto. Queria falar de uma coisa amena, mas aí eu que não podia deixar de comentar, e aí veio esse exemplo de como NÃO proceder.
Mas na vdd, eu nem sei mais se essa idéia era anterior. Enfim, concordo com vc em partes, então, jajajajaajajaja!
Mil bjuxxxx, e como diria o kiabbo "concordo com tudo isso aí que você falô, rapá!" hahaha

Raquel disse...

Cara, então eu leio subconscientes!

ashuahushauhsuahsas