sábado, 14 de novembro de 2009

Muros

Essa semana, o papo do mundo inteiro foi o 'aniversário' de 20 anos da queda do Muro de Berlim.
Eu sou de 1990, ainda não estava nem em 'projeto' para nascer quando o Muro de Berlim, e tudo que ele simboliza, caiu. Não sou da época da Guerra Fria, da ameaça do socialismo ao monopólio capitalista, e nem de plano Collor, impeacchment, e todas essas coisas que parecem tornar o passado muito mais interessante que o nosso presente.
Mas o nosso presente é fruto dessa herança. Desses momentos de tensão mais declarada que muitas e muitas pessoas viveram. Seria bom se aprendêssemos com isso, pra que o sofrimento de tantas e tantas pessoas não fosse em vão. Mas ao invés de modificarmos o nosso futuro, fazer algo de útil em benefício de todos os cidadãos, é mais interessante ser ativista em outras causas. Viram o quanto de gente se juntou para APOIAR a saida da loira da Uniban? Engraçado, eu lembro que nos eventos que foram propostos de juntar as pessoas nas ruas no Movimento Fora Sarney, a MTV foi cobrir a manifestação de São Paulo, em frente ao MASP, e não tinham nem 50 pessoas.
É assim que resguardamos, conhecemos o nosso passado e impedimos que aspectos negativos voltem à tona? Sim, é assim que não fazemos nada disso.
Num desses poucos minutos que fico de frente pra televisão durante a semana, vi uma mulher falando que, depois do Muro de Berlim ter caído, ela achava que seria muito difícil que mais uma vez na história mundial uma vontade se impusesse pela força física, pelo aspecto físico mesmo.
Na verdade, não vejo benefício nisso. O Muro estava ali, dividindo pessoas, dividindo modelos econômicos, dividindo realidades sociais. Não tem aquelas pessoas que a gente diz que só entende se desenhar? Então, o Muro estava ali, desenhadinho, nem precisava e lousa, ou algo parecido. O Muro estava ali, mostrando as discrepâncias, as injustiças. E você só tinha duas escolhas: ou estava de um lado, ou do outro. Em cima não dava pra ficar.
Por ser uma divisão visível, física, torna-se algo declarado. É uma imposição de ideologia, mas é explícita. Eu tenho mais medo é das coisas implícitas. Essas me assustam muito. Pois não sabemos como nos defender. As ideologias implícitas na mídia, no comportamento, e em tudo que rodea o nosso mundo nos deixam meio adestrados, com aquelas tapadeiras de cavalo, fazendo com que a gente só haja de acordo com o comando do arreio.
A queda de um Muro foi um passo importante na nossa história. Mas para que a vida ainda seja sustentável, é importante que caiam outros muros. Os muros que estão sendo construídos por 'alguéns' em nossas mentes, e que nos limitam a ver o que mais há além do horizonte.

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Berlim 1989

Eles odiavam o Muro, mas o que podiam fazer? Era muito forte pra se quebrar.
Eles temiam o Muro, mas isso não faz sentido? Muitos que tentaram pular foram mortos.
Eles suspeitavam do Muro, mas quem não o faria? Seus inimigos se negava a quebrar um tijolo, não importa o quão avançadas estavam as negociações de paz.
O Muro riu gravemente. "Estou ensinando-lhes uma bela lição", balbuciou. Se querem construir algo para a eternidade, não usem pedras.Ódio, medo e desconfiança são muito mais fortes."
Sabiam que o Muro tinha razão, e quase desistiram. Apenas uma coisa os impediu. Eles lembraram quem estava do outro lado. Avós, primas, irmãs, esposas. Rostos amados que ansiavam pra serem vistos.
"O que há?" o Muro perguntou, tremendo. Sem saber o que faziam, eles olhavam através do Muro, tentando localizar seus entes queridos. Silenciosamente, de uma pessoa a outra, o amor manteve o trabalho invisível.
"Parem!", o Muro gritou. "Estou desmoronando". Mas era tarde demais. Um milhão de corações já haviam se encontrado. O Muro havia desmoronado.


(Extraído do livro "Dancing The Dream", 1992, de Michael Jackson. Versão em português online de Daniel Jackson.)

2 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro vamos começar com o que não tem não tem nada a ver com o assunto:

vc nasceu em 90, sua adolescente duma figa!? :OOOO eu nunca voiu aceitar uma coisa dessas!

olha a frase que estava no blog quando eu entrei:
"Uma vez Chuck Norris deu um roundhouse kick em um atendente de telemarketing. Pelo telefone"
AUHSUHAUHSUHAHSUAHSA passo mal

agora falando sério:

Eu acho que esses muros invisíveis mais graves são os preconceitos. Preconceito velado, hipócrita, é o pior que a gente tem hoje em dia. E não precisa nem sair do Brasil pra ter ótimos exemplos! Quer campeão em segregação que o Brasil? Um país com 200 realigiões, 200 raças, ainda não tem maturidade suficiente para lidar com isso!
E quanto aos muros da nossa mente, eu posso dizer até por mim mesma. Eu não vi quando construiram certos muros, mas eles estão lá e tem horas que eu me sinto bem presa. Tipo, cada vez que eu sinto que eu tenho que alimentar expectativas que o mundo tem comigo. Sei lá, entendeu? Acho que é o que vc disse, mas vc disse melhor! XDDDDDD

beijo, caconilda!!

Unknown disse...

Cara, se conforma logo de uma vez! Vc conversa com uam pessoa com menos de 20 anos, não tem jeito, haushaushuahs.
Chuck Norris rocks! hahahahaahh!
Preconceitos esses que tbm passam por isso. Era mais claro quando era tudo fisicamente separado. Por exemplo, elvis presley quando lançou sua primeira música na rádio, e foi entrevistado pelo locutor, ele perguntou onde ele tinha estudado. Uma forma de saberem se ele era negro ou branco, afinal as escolas eram separadinhas, né. É uma forma de pensar 'ufa! ele é branco, então eu posso gostar da música!'
Da mesma forma, vivemos no Brasil esse preconceito que ngm assume que exista, mas que está implícito tbm, nos pequenos detalhes da nossa pseudo-cultura. Tipo 'queli ki', tem uma música dela que diz 'ele é escuro sim, mas não lhe falta educação e respeito'. huahsuahsuahsu. Ninguém merece. Ele é negro espera-se que seja um selvagem, um bicho, ou algo do tipo, MAS, como uma exceção à regra, ele é gente, é educado. V.A.
E sim, é isso mesmo, ficamos aprisionados ao que alguem de forma beeem lenta e progressiva vai nos impondo. É muito do que você fala em muitos dos seus posts, essa coisa de corresponder Às expectativas. O que complementa isso também é o 'Eu usaria anáguas'. Como as pessoas que seriam as normais se veem como as deslocadas, por não correponderem a uma expectativa que no fundo é vazia e ridícula, e ainda nos sentimos mal quanto a isso? Como aconteceu isso? Quem está dirigindo a minha mente pra lugares que eu não quero ir?
Vou mandar o CHuck Norris mandar um roundhouse kick no senso comum, aí seremos felizes, sem cobranças, ahsuahsuhausauhs!
bjoooooooooooo!