sábado, 13 de março de 2010

Enquanto não chega

Oito horas da manhã. Passo agora pela situação mais tosca do planeta. Quero aproveitar pra agradecer a FNAC por esse momento mágico. Estou esperando há dias a entrega de uma encomenda, e já vai ser a quarta tentativa. Da última vez, na sexta feira, minha mãe e eu ficamos que nem paspalhas olhando pela janela e com a porta aberta, e necas. Mas segundo eles, houve sim uma tentativa de entrega! Eu moro numa vila, e é bem possível que o pessoal da transportadora tenha algum problema pra interpretar as coisas, e ao ver o portão de uma vila fechado (OBS: uma vila geralmente tem mais de uma casa), ache que não tem ninguém em casa. E não bate no portão, nem grita, nem nada.
Pois é, estou na frente da vila, quase do lado do portão e é incrivelmente bizarro que eu passarei horas da minha existência esperando uma coisa que era pra trazer comodidade.
Oswaldo Cruz é o lugar mais morto do Rio de Janeiro. Sim, pacato é uma coisa. Aqui é morto mesmo. Mas eu tenho certeza que tem no mapa, não é possível que os seres humanos da transportadora não me encontrem aqui.
Agora eu tô olhando pra lixeira da vila (pra vc ver quanta coisa de legal tem pra se admirar na minha rua), e me lembrei que, há alguns anos atrás, ela era colada no muro do portão. Meu pai usava a lixeira pra pular pra dentro da vila quando esquecia a chave. Acho que mudaram a lixeira de lugar pois talvez meliantes pudessem ter a mesma idéia do meu querido pai. Enfim, só histórias.
No sábado fomos de novo ao Santa Marta. Recebemos um convite do presidente da ONG que utiliza o espaço da laje pra assistir o ensaio das crianças do projeto. E lá vamos nós.
Dessa vez fomos num número maior. Definitivamente, deixou de ser um programa de índio.
Aproveitando pra fazer uma errata, Michael não subiu o morro via canela, e sim de helicóptero. Mas em algum momento, ele subiu as ladeiras, porque aparecem nas filmagens uns bons pedaços de subida. Mas não é muita coisa não... Dessa vez, nós fomos na laje primeiro, descemos pra ir à casa onde fica a assinatura, e subimos de novo pra enfim ver a apresentação, e não é muito distante.
Duas amigas da Carol, que moram lá, pegaram na mão do Michael e disseram “Michael, I love you!”. Ele sorriu. Eu não consigo nem comentar x__x
Continua sendo difícil dizer o que é estar lá. Só sei que estamos cada dia mais próximas desse espaço. Como diz a Rô, por algum motivo, esse lugar “caiu” no nosso colo. Não é à toa. Tenho certeza que tudo vai dar mais que certo.
Não há um dia que o grupo FAM se encontre e não tem um mico. Dessa vez, não podia ser diferente. Tinha um gringo com uma camisa com essa foto:

Claro que se soubéssemos que essa foto existia no Google, não tínhamos enchido o saco do cara com mil perguntas e melhor: tirando foto da camisa do cara, fingindo que estava pegando o melhor ângulo do Cristo Redentor (só vc, Mel!). Já estamos bolando a nossa camisa xD
Ver as crianças tocando na laje, arrepiando na bateria, deu uma outra vida e um outro sentido a esse espaço. Antes, tínhamos visto a laje vazia, com os entulhos lá... Agora, ela já medianamente limpa e com música, foi totalmente diferente. Acho que isso nos alertou que realmente o espaço não pode ser muito modificado, porque ele tem continuar abrigando mini-ensaios ou mini-eventos desse tipo. Já podemos considerar aquele lugar um ponto turístico, porque enquanto as crianças estavam tocando, tinham mais gringos além daquele com a camiseta do Peter Pan.
A Rô teve a brilhante idéia de levar pirulitos. Valeu, Rô, mais uma vez, esse foi meu almoço! Ahsuahushausuha! E foi bem engraçado ver todo mundo ensaiando com pirulito na boca xD.
Saímos do Santa Marta à 18h, mas o dia só estava começando, pois naquele mesmo dia, o Rio de Janeiro entrou em colapso, por uma forte chuva que fez faltar luz no trem, derrubou muros que inviabilizaram a passagem do metrô, e tornou intransitáveis vias principais do Centro do Rio e arredores. Cheguei em casa às 23h. Fiquei meio triste com isso, pois no meio daquele dilúvio, torci mesmo pra que em 2012 tudo acabe. Porque no meio desses contratempos, os mais prejudicados são os mais pobres SEMPRE. E eu não sei até quando estes poderão suportar todo o tipo de agressão que, direta ou indiretamente, vem do ser humano. Mas não foi tão triste assim, porque no meio do chuvaréu e de várias músicas disco tocando no rádio, ouvi Rock With You ao vivo, de 81, Triumph Tour, na Paradiso.
Pudemos vivenciar muitas coisas com essas duas experiências no Santa Marta. Para muitas delas, ainda não possuímos poder de abstração suficiente pra expressar ou dividir com o resto do mundo. Só sabemos que, como Michael disse na Killer Thriller Party, “o melhor ainda está por vir” [ou algo parecido, minha memória não é lá essas coisas]. Ele não estava blefando. E nós também não.

OBS:
A encomenda da FNAC chegou no dia seguinte, ahsuahusahsuha! E da forma mais tranqüila possível. O cara chegou na minha porta, no exato segundo que eu estava indo no computador voltar o vídeo do Travis ensinando ‘The Drill’. Quase que o cara me pega num mega flagra!
Ah, e eu não fiquei o dia todo na frente do portão, eu não ia agüentar o sol. Fiquei só até meio dia. Ainda bem, porque senão eu ficaria mais insolada do que já estou, e sem encomenda.

2 comentários:

Luacarol disse...

OI
Com meu This is it eu passei mal tbm de tanto esperar.
Eu cheguei a pensar que como tinha encomendado antes, eles tinham esquecido do meu dvd auhsuhsuha, cheguei a pensar que tinham entregue em outra casa uhaushaush.
Mas e aí o que era a encomenda? Não resisti!! BJ

Letícia Santanna disse...

Camilaa, eu quero ver isso! Quero ver as fotos dessas crianças! Tá no seu orkut?

Beijokas