domingo, 18 de outubro de 2009

Ômodeuzu!

Aproveitando o tema da semana passada, vou falar de uma das poucas coisas que tem valido a pena esses dias. Fora a aula de composição corporal de avaliação nutricional, que é muito interessante, porque vc puxa as gorduras das pessoas e pode machucá-las com a desculpa de estar fazendo uma 'aferição da composição corporal', ahsuhaushuahsuahushasua, outra coisa que tem valido a pena é a aula de materno infantil.
A professora é uma das minhas inspirações. Todos os professores que defendem a nutrição social são monstros sagrados pra mim. E ela é daquela filosofia: quanto mais natural for, melhor. E eu gosto bastante desse modo de ver a vida. Acho que a nutrição está aí pra isso , na verdade.
Passamos da saúde da gestante para o aleitamento materno. Ela gasta umas três aulas falando sobre isso, dada a importância dessa prática, principalmente num país subdesenvolvido com o nosso. E também porque a prevalência de aleitamento exclusivo até os quatro meses [e olha que o ideal seria seis meses] é muitíssimo baixa. E tudo isso por um motivo: falta de informação.
Na segunda aula, ela falou sobre a técnica de amamentação e tudo mais. E ela levou um bonequinho muito lindo, que se chama Renatinho. *____* O mais fofo é que, mesmo sem precisar, ela passou a aula toda com ele no colo, como se tivesse ninando ele. Juro que nessa aula meu olho encheu d'água...


Os benefícios são milhares. Dar o peito pra uma criança, não é só dar alimento, é como se ela recebesse uma vacina a cada mamada. Não existe leite fraco, não existe leite insuficiente. Isso tudo é erro na técnica, coisa que poderia ser esclarecida por um profissional da saúde desde a época do pré-natal.
A mulher tem que ser esclarecida de que ela pode amamentar, de que nenhum leite de lata é melhor que o dela. Até porque esse é um mecanismo que envolve muito o emocional. Com o estresse e nervosismo, não há ejeção de leite. E com isso, as mesma justificativas: meu leite é fraco, meu leite é insuficiente...
E a mulher não tem que se considerar uma vaca leiteira única e simplesmente. Ela também ganha muito com isso. O aleitamento exclusivo [sem água, chá, suco, NADA], durante os seis primeiros meses, é um contraceptivo com a mesma eficácia que a pílula. Tambem previne o câncer de mama e ovários, e para puxar pelo benefício da vaidade, é mais fácil voltar ao peso normal quando se amamenta [claro, mantendo-se uma alimentação adequada, pelamor!].
Mas mais que isso, a psicologia explica que esse contato é essencial pra a formação psíquica de um ser humano. O desligamento muito brusco da mãe é terrível pra uma criança, ela fica sem referencial. A amamentação é uma forma de fazer com que isso seja mais gradativo, fazendo com que a criança perceba lentamente que ela e a mãe são duas coisas diferentes, por mais que dependa dela para tudo.
Mais que o aspecto das dificuldades de amamentar, perdeu-se o cuidado, o carinho. Essa distância da mãe com seu filho, não sei, é mais um reflexo da superficialidade das relações humanas. Quando a pessoa pensa que a Nestlé faz uma comida num potinho melhor pro seu filho que ela própria, quando se acha que a educação tem que ser dada pela escola, e que os pais não tem nada a ver com isso, algo está errado.
Não estou dizendo que amamentar seja fácil não. Não subestimo a dificuldade de acordar de madrugada durante dias e dias, ter sua vida regulada pelo estômago do bebê... Mas são só alguns meses... As pessoas fazem esforços maiores por coisas muito mais fúteis. E meses preciosos. Esse contato vai evitar gasto de tempo e dinheiro em médicos, remédios, e posteriormente em analistas.
O sentido da vida não pode se perder. E cada um tem que fazer a sua parte. É nessas pequenas coisas, no amor, no cuidado, no carinho, que se transformam vidas.
"kEEP wATCHING..."
Carvajal (?)

Post dedicado a Jujubis, minha amix mais por dentro de assuntos 'gravídicos' do universo!

6 comentários:

Anônimo disse...

Cheguei aqui e várias postagens pra ler, quero ler, quero ler, mas tenho que preparar um speech, saco. Volto mais tarde assim que eu desatolar, e entro no msn em off tb! beijo, beijo!

Jujubis disse...

Ai Milla, com um post dedicado a mim, coisa linda da mãe!
Acho que nunca tive tanta inspiração pra escrever um comentário antes, claro, estou falando de um bem fundamentado, hehe...

Ótimo texto, muito bem escrito e falando não só da importância nutricional da amamentação, mas do lado psicológico pra mãe e bebê, e isso é raro mesmo. Como você sabe, estou há meses lendo e pesquisando sobre o assunto, e nem sei o motivo disso tudo ter começado. Só sei que tenho praticamente um testamento pronto, então prepare-se!

Acompanhando de perto, vi que a amamentação está muito comprometida na nossa sociedade, isso porque ainda temos a 'sorte' de não estar em outra cultura como a norte-americana, que em alguns estados têm leis que proíbem a amamentação em público, e uma população que as convida gentilmente a alimentarem seus filhos na 'privacidade do banheiro' caso estejam em alguma loja ou shopping. Apesar de ter lido sobre pouquíssimos extremos assim por aqui, os dados não são confortantes. Se eu não me engano, a média nacional de amamentação é de 53 dias! E por mais que o governo esteja investindo em campanhas pró-aleitamento, elas não funcionam como também acontece com as campanhas de parto normal.

É difícil falar sobre os porquês disso, mas, generalizando, quando a amamentação não é bem sucedida, há três tipos de situações:
A das mulheres mal informadas, que infelizmente não questionam e procuram aprender sobre o assunto quando a tia, a prima, a mãe e até o pediatra (!) dizem que o leite é fraco ou insuficiente, e por isso elas terão que oferecer o complemento ao bebê.
A das que até tem informação e acesso a ela, mas negam o peito ao filho em nome da estética, por medo deles caírem e ficarem flácidos.
E a das que sabem que é importante e benéfica, mas por dificuldades na hora da ‘pega’ ficam com os mamilos rachados, fissurados, algumas até com pus e sangue e desistem pela dor.

Jujubis disse...

(continuando)
E claro, existem muitas outras situações, mas não vem ao caso me estender muito (mais). Só que eu realmente fico triste com isso, principalmente com as mulheres do último caso, porque parece que a maioria pessoas é levada a acreditar que amamentar é instintivo, natural, e não é! Então quando elas se vêem sem saber o que fazer e onde estão errando, tudo complica. Mas depois que se aprende como fazer, tudo flui bem.
E como algumas pessoas que leio já comentaram, é um grande erro do governo propagar apenas que amamentar é bom, é um ato de amor, e não mostrar que pode ser um árduo caminho sem a devida orientação.
Veja bem, eu não estou dizendo que dar de mamar é um calvário, que todas as mulheres passam por dificuldade nesse quesito; eu não quero assustar ninguém! Muito pelo contrário, sou defensora ferrenha! Mas eu vi muitos relatos, dezenas deles, onde até as mães muito bem informadas sofreram quando chegou sua vez de amamentar. Porque viram que na prática ‘o buraco é mais embaixo’ e precisaram se adaptar até descobrirem o jeito ‘certo’...
E o que eu quero dizer em resumo é: Ninguém é obrigada a saber como fazer desde o começo, as coisas podem dar errado e isso vai causar dor. Mas procurando ajuda, tentando encontrar uma boa ‘pega’, sendo orientadas por um bom profissional, as coisas se ajeitam e mãe e filho estarão em uma linda sintonia, após esses tropeços iniciais.

Ai, eu já falei demais... Só queria acrescentar que, mais uma vez, concordo com você, e dessa vez é sobre o bem psicológico que isso faz pro bebê. É tão óbvia a idéia de que o referencial do bebê é a mãe, e que o momento da amamentação estreita ainda mais esses laços que acho que não preciso falar sobre isso. Mas é tão ruim quando escuto algumas histórias de mães que não amamentam com livre demanda, que ficam com o relógio ao lado pra marcar o tempo da mamada e o horário da próxima, como se todos os bebês fossem robozinhos que sentem fome de tanto em tanto tempo, que precisassem do mesmo tempo ao peito pra se sentirem saciados, e pior, que mamar ‘fora do horário’ deixa um bebê mimado e por isso o peito deve ser negado quando ele já ‘cumpriu o tempo que o pediatra falou’!
Sabe, eu realmente não entendo isso. Tudo o que um bebê quer e precisa é de peito e colo! É isso que vai dar a ele a sensação de segurança ao tentar se acostumar a esse mundo de novidades! Já li bastante que bebês precisam de meses pra perceber que ele e a mãe são coisas distintas. E acho completamente sem sentido que logo a mãe queira determinar regras de ‘comportamento’ pra um serzinho que não tem a mínima noção de sociedade e horários, com a intenção de não deixá-lo mal acostumado.

Enfim, são tantas coisas! Eu já falei mais do que esperava, e ainda assim, menos do que gostaria. Eu fico confabulando tanto sozinha, que quando me dão uma brecha dá nisso! Hahaha...

Beeijos!

Luacarol disse...

O que mais comentar depois do seu post e dos coments da jujubis? Sim, posso relatar a minha experiência.
Meu peito rachou sim, os dois racharam. Lembro que uma vez fui lavar o cabelo e os fios enrroscaram no corte. Quase me mijei de dor. Mas eu sou muito teimosa, além de ser extrema nesses assuntos. Minha filha estava pegando errado. Em 20 dias aprendemos como fazer. Aprendemos juntas. Eu nunca tinha certeza se ela tinha mamado o suficiente, se tinha mamado por igual nos dois seios. Ela ainda tinha refluxo e parece que tudo que ela jogava pra fora era tudo o que tinha mamado. Mas ela engordava e minha razão me dizia: olha a balança. Ela mamou por 1 ano. Deste, 6 meses meu leite foi a única alimentação que ela colocou na boquinha. minha filha é forte, saudável, muito resolvida (ao contrário da mami dela).

Agora: parto, política e religião não se discutem. Amamentação sim. Por que não amamentar pq não tem leite pra mim é balela. Eu quase morri de diarréia nos 6 dias pós parto normal, mas tinha leite pelo simples fato de minha filha solicitar e eu não oferecer mamdeira de jeito nenhum. Leite fraco então mais balela ainda. Agora parto é outra coisa. Quem sabe um dia debatemos.

CaCo, precisamos de profissionais como vc e como!!
A informação é a pior inimiga da ignorância. Palmas pra vc...

Unknown disse...

OMODEUZU II A MISSÃO!
Depois de comentários tão lindos, eu nem sei o que comentar! haha. não sei como retribuir essas palavras tão valiosas pra mim.
Juju, vou te colocar pra conversar com a minha prof, a polônio, caaara, vcs iam conversar dias e dias! ahahaha
Mari, maravilhoso o seu testemunho. Esse tipo de coisas me dá forças para ser um profissional que acredita e defende um ideal tão importante quanto a amamentação.
*____*
amo vcs!
*quel, tbm te amo, negaaa! ahaahah!

Anônimo disse...

Sua maledeta! Como vc maltrata assim a minha classe?? (primeiro parágrafo hehe)

Agora com relação a sua professora, eu não concordo mais com essas coisas. Passei a detestar todos os professores! ashuahusahsa

se liga... Jujubis é a professora??? o.O'

mas e aí? despertou seu instinto maternal? ^^