domingo, 15 de agosto de 2010

Os seguidores

Olha que coisa legal: meu blog tem 15 seguidores!
Desde que o Blogger inventou isso, eu tive uma espécie de expectativa mesclada com apreensão, porque é uma responsabilidade grande escrever algo que você sabe que tem alguém lendo. Tudo bem, eu também tenho minha lista de blogs seguidos, e não leio integralmente a todos eles... Mas não deixam de ser pessoas que eu tenho que respeitar ao escrever qualquer post no meu blog.
Alguns dos seguidores eu realmente não conheço virtualmente nem pessoalmente. Outros são amigos queridos do mundo da internet, tão queridos que passaram a ser parte da minha rotina, da minha vida pessoal.. E outros são pessoas que encontro no meu mundo real e virtual...
Mas na verdade, meu post não vai tratar totalmente de vocês, seguidores.
Alguns desses seguidores curtem Michael Jackson, e outros não. Mas existem coisas, conceitos, que são inerentes a qualquer tipo de grupo, de sociedade. Permitam-me exemplificar com algo que aconteceu no "Jackson-world". No que algumas pessoas gostam de chamar de "MJ Family", termo esse que abomino, pelas razões que esclarecerei ao longo desse texto.
Dia 25 de junho é o tal dia que elegeram para ser o dia da morte de Michael Jackson. Acredita quem quiser, e quem tiver provas disso. O importante é que é uma data que demarca um novo recomeço para Michael Jackson e para os fãs. Basicamente o que eu abordei no 'discurso' de inauguração da estauta do digníssimo: novos fãs surgem, e seus antigos fãs o redescobrem.
No post que retratou esse dia, eu disse que meu dia 25 de junho tinha sido ótimo. Sem remorsos. Bom, houve um momento de exceção. E que não poderia ser abordado no meio de um monte de coisas. Merecia destaque, por ser algo realmente diferente...
Quando chegamos ao ponto de encontro, em frente ao Copacabana Palace, havia uma concentração de pessoas. Depois de um tempo, resolvemos ir pra areia, e foi quando rolou a tal história do Velho Oeste, o cara que é 'dono' da praia. Mas mesmo assim fomos, porque não tínhamos achado sentido algum naquilo.
Depois de um tempo, chegou uma equipe de televisão. Ficamos meio desconfiadas com aquilo, mas ela depois explicou que era uma agência internacional, que não haveria exibição no nosso país e tudo mais... Mas ela veio até nós já avisada de uma coisa pelos indivíduos que estavam no calçadão:
Porque eles disseram que tem os alives e os RIPs... E que os alives iam ficar lá, enquanto os RIPs iam ficar na areia. 
Os alives são os que acreditam que MJ está vivo, e RIP é aquele que acredita que ele morreu, só uma revisão para quem é leigo.
Sim, propuseram uma segregação. Pior que uma segregação, o sentido era de que os fodões ficariam no calçadão, enquanto os RIPs 'Losers' iriam pra areia.
Olha, só Deus sabe a revolta que eu senti naquele momento. É difícil para as pessoas perceberem que uma atitude como essas não leva a nada.
Não param para pensar que, ao serem fãs de um homem que sempre pensou no mundo como uma unidade, que pensou no melhor para todos, PORRA, leiam as letras do cara:
We're sending now a major love
And this is our message to you
The planets are lining up
We're bringing brighter days
They're all in line 
Waiting for you
Can't you see??
You're just another part of me  
Aí, quer dizer, qual o sentido de uma pessoa sair da sua residência para menosprezar o sentimento alheio?
E o pior de tudo isso: eu sou alive! E eu estava na areia e não morri por isso! Primeiro, porque era meu dever como organizadora. Segundo, porque eu respeito infinitamente a dor e o sentimento dos outros, especialmente das pessoas que estavam comigo organizando esse evento. Terceiro, porque independentemente de onde você ache que Michael Joe Jackson está, você não tem nada para comemorar no dia 25 de junho. Se você é um alive que acha que o dia 25 de junho de 2009 é um dia pra se rir e se vangloriar da genialidade e esperteza de Michael Jackson, você é um imbecil. Ninguém tem o que comemorar. Você deveria na verdade pensar: A que ponto chegou o ser humano? A que ponto chegaram para prejudicar o outro? Olha o que teve que acontecer?
Eu posso chamar isso de família? MJ Family? Desculpem-me, mas isso não existe, nem nunca existiu...
É inegável que em toda concentração de pessoas, existem indivíduos de caráter duvidoso, que muito falam e nada fazem (de bom). Mas eu fico surpresa como isso é recorrente nesse clube de fãs de Michael. Acho que é porque a quantidade e diversidade de pessoas é maior, não sei...
Sendo você alive, rip, ou seja o que for, nada justifica desrespeitar o seu próximo. E eu me senti extremamente desrespeitada pelas pessoas que armaram essa palhaçada em Copacabana. Saibam que o objetivo maior nem era essa reunião, na verdade eu sempre fui declaradamente contra ao clima fúnebre desse encontro. O objetivo principal pra mim sempre foi a ação social. Mas acho que foram pouquíssimas as pessoas que sacaram isso, e resolveram entrar em 'guerrinhas conceituais', que são de uma idiotice sem tamanho.
No fundo, Michael está sozinho. É o que eu penso. Porque seus fãs, ou que acham ser seus fãs... Porque, ser fã do Michael é achar Billie Jean foda e babar na calça dourada? Pra mim, sinceramente, não é só isso.
Eu nem conheço todas as músicas, nem sei tudo de cor, até porque não sei inglês direito. Ainda não vi muitas apresentações e vídeos, mas me considero fã por um único motivo. Michael, de alguma forma, mudou o rumo da minha vida e hoje, pelas minhas próprias pernas, eu vou atrás do que acredito ser certo e justo. E isso faz bem a mim. Eu acredito no bem que se faz ao próximo e no voluntariado não é porque o Michael está me olhando do céu e achando lindo. Faço isso porque gosto, e já sinto como se fosse algo essencial pra minha vida.
Está aí o grande desafio de ter seguidores, Michael. Você tem muitos, dos mais diversos tipos... De todos os lugares do mundo. Por mais que você tenha gratidão aos seus seguidores, honestamente eu te digo que, no fundo, você poderia contar com uma parte muito pequena deles. Pois seriam pouquíssimos aqueles que saberiam identificar exatamente os momentos em que você os necessitasse. Em momentos como esse que estamos vivendo...
Não sei até que ponto, Michael, posso dizer que 'you are not alone....'
I'm sorry.

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