domingo, 27 de março de 2011

Será que o Planeta refletiu nessa Hora??

Farto de conselho e de chouriço, mal tá dando o velho coração...
No dia 26 de março, mais conhecido como ontem, a WWF empreendeu a campanha a Hora do Planeta, em que convidava todos os habitantes do planeta que possuem energia elétrica em casa que desligassem as lâmpadas de suas casas. Há dois anos, participei emocionada da mobilização. Ano passado, estava com ódio no coração e pedi para que, ao invés de que pedissem pra gente desligar nossas luzes, que eles sensibilizassem os empresários donos de indústrias que desligassem suas luzes, ou reduzissem sua produção durante uma hora. E esse ano, honestamente... Nem tenho emoção nem ódio, tenho desesperança.
Muitos sonhos e crenças viraram poeira nos últimos tempos, e essa sensação que nem sempre o bem vence está bem latente em mim. Aí não tem como um ato simbólico desse porte me sensibilizar. Não mesmo.
Aliás, eu estou meio farta de atos simbólicos. Vamos parar pra pensar um pouco na Hora do Planeta? Este é um movimento que não incentiva a despertar a consciência ecológica em ninguém. O que acontece, na verdade, é uma manutenção do estado inicial. Explico-me: as pessoas que já possuem consciência da importância de cuidar do meio ambiente vão aderir no ato, e achar que a sua execução é de extrema importância, porque aproxima as pessoas em prol de um objetivo comum, de tamanha nobreza. Agora, as pessoas que não possuem qualquer consciência, podem até aderir à modinha no momento, porque falou no jornal ou porque viu que algum amigo vai fazer. Ou porque viu que até o youtube "apagou as luzes" da sua tela. Mas estas pessoas não vão reproduzir, a partir disso, comportamentos que possam ajudar na proteção do meio ambiente. Vão continuar jogando lixo pela janela do ônibus, por exemplo.
Um hora durante um ano quantitativamente não fará enorme diferença, e acredito que isso é óbvio para todos. Mas o pior de tudo, é que nem simbolicamente ela surte efeito.
Pensando nisso, resolvi buscar em alguns sites dicas simples que, quando realizadas diariamente AÍ SIM, surte efeito e ajudam o meio ambiente. E vou dar alguns pitacos pessoais, afinal é pra isso que existe o blog.
O interessante é que algumas propostas são bem simples mesmo.
Uma categoria bem presente é a que envolve deslocamento: ande a pé ou de bicicleta, dê preferência aos transportes coletivos, use mais a escada. Outras de maior dificuldade, como a proposta de reciclagem e de não jogar lixo eletrônico no lixo comum.
Bom, a questão da reciclagem é algo que está em voga no Rio de Janeiro atualmente, pois a prefeitura declarou que até 2013, todo o lixo da cidade terá coleta seletiva. O que eu acho realmente difícil. E a reciclagem passa muito por uma questão educacional. As crianças atualmente tem isso de forma bem extensiva nos currículos do ensino básico, mas e nós, os véios?? Estamos devidamente orientados?? Ok, a latinha de alumínio vai na lata do alumínio, ótimo. Mas olha pra sua lata de lixo, e veja se você consegue categorizar bem todos os itens que se encontram lá naquelas cinco lixeiras. Não é tão fácil. Um exemplo bem idiota: você come um bombom Serenata de Amor num calor de 40 graus, e naturalmente o papel fica todo cagado de chocolate. Beleza, você joga a embalagem de plástico na sua lixeira? Mas aí, não vai sujar de coisa orgânica? Vale a pena lavar aquele plástico, pra descascar aquele papel laminado todo? Eu não sei a resposta.
Eu não faço a separação do lixo em minha casa, mas é importante dizer que mesmo se você não tiver coleta seletiva no seu bairro, você pode separá-lo se quiser, porque de qualquer for o lixo chega no aterro sanitário mais "dividido", o que acaba facilitando o trabalho dos catadores. Há também uma coisa importante a se comentar, e que é muito recorrente. Quantos jovens existem por aí que se inspiram tanto nessas idéias e não conseguem colocar todas essas idéias em prática porque muitas vezes não tem apoio ou não conseguem sensibilizar as pessoas que convivem com ele na mesma casa. Bom, eu sou um exemplo meio torto disso. Santo de casa não faz milagre mesmo! Minha mãe acredita mais na televisão do que em mim, essa é a verdade. Não consigo imaginar fazer uma separação do lixo aqui em casa se não a convenço a parar de usar caldos industrializados. mas um costume que consegui adotar aqui em casa é a separação das embalagens Tetra Pak. Já faz uns bons meses que elas não vão pro lixo comum por aqui. Começou como uma forma de ajudar uma instituição que reverteria as caixas em dinheiro para fazer uma reforma, e acabou se tornando um hábito natural e muito simples. É só ter o cuidado de lavá-las com um pouco de água e detergente para não atrair formigas e outros bichos, e pronto. Um site chamado Rota da Reciclagem reúne os endereços de locais que fazem a coleta desse material, e localiza para você qual o local de coleta mais próximo da sua casa.
E a questão do lixo eletrônico é complicada. Lembro que fiz um trabalho sobre isso ainda quando estava na Veiga. Na teoria, os fabricantes deveriam disponibilizar locais de recolhimento desses aparelhos usados, mas não é muito bem o que acontece na prática. A questão das pilhas já está mais desenvolvida: em supermercados e bancos, é possível dar cabo desses materiais danosos ao meio ambiente. Agora, e aquele HD daquele seu computador de 1995? Faz o que, pendura no pescoço e finge que é pingente exótico? Não dá, né. Tudo bem que, pelo menos aqui no bairro, temos alguns caminhões que pertencem a instituições de caridade que passam recolhendo todo tipo de donativo. Se algo puder ser consertado ou aproveitado, tudo bem, foi para alguém que precisa. Mas e se não acontecer isso, você não acha que vai pro lixo do mesmo jeito?? E esse problema é gravíssimo, porque existem metais pesados perigosos nesses componentes eletrônicos. E a maravilhosa indústria aumenta sua venda de duas formas fantásticas: produz mercadorias cada vez mais vagabundas; e induz ao desejo de consumo pela propaganda, para que o Maiquinho troque de celular a cada seis meses
E tem outras questões que envolvem a racionalização, e que me agradam muito:
- Diminuir o consumo de papéis, utilizando mais a comunicação eletrônica como e-mails. (Sempre que usar uma folha de papel, pense que é uma árvore. Funciona bastante.)
- Diminuir o tempo no banho. (A mais difícil pra mim, porque é tipo uma terapia pra diminuir minhas dores e pra descansar a cabeça.)
- Quando possível utilizar mais o ventilador ao ar condicionado. (Seja ecologicamente correta, faça como eu! Não tenha ar condicionado!)
- Não desperdiçar comida. (NEVER, NEVER, NEVER! Desperdiçar comida é uma coisa que a gente tem que cuidar sempre... Tem que fazer um planejamento pra realizar as refeições, pra não sobrar demais e estragar. Agora vai dizer isso pra mamãe.)
- Diminuir o consumo em geral, evitando comprar apenas por impulso ou modismo. (Seja constantemente POBRE, quero ver você comprar por impulso.)
- Adotar um estilo de vida mais simples.
- Fazer doações de roupas, móveis ou objetos que ainda estejam em bom estado para uso. (semana passada, tirei todas as roupas do meu armário e tirei metade de cada tipo. Minha mae ficou com quase tudo pra ela, ou seja, não adiantou de porra nenhuma).
- Comer menos, comprar menos, gastar menos (mais conhecido como Método Julius)
*Dicas retiradas do Ecos na Sala


Na verdade, acho que a coisa tem que ser mais agressiva. Acho que as pessoas tem que começar a acreditar mesmo que o próximo pode ser ele, ou alguém que ele ama. A tragédia do Japão tem que ficar como exemplo, não só para mim, que tenho uma pessoa querida que mora lá e que me traz aflição pela sua segurança, mas para todo mundo. 
Um outro exemplo pessoal: uma vez, estava vendo televisão, e uma reportagem falava sobre a quantidade enorme de plástico que existe por aí, e no final, um especialista falou sobre o malefício que isso causa. Ele disse que o risco está na condição de que o plástico se degrada de forma particulada, e com isso pode ser consumido pelos animais e, como eternos otários do fim da cadeia alimentar, pelos seres humanos. "Logo, podemos estar comendo plástico". Isso fez efeito em mim. Eu estava comendo naquela hora, aliás. E aí, fez efeito em você??
Agora, tem um aspecto fundamental que deve ser levantada, que tem relação com as práticas alimentares. Não há melhor modo de se reduzir lixo do que a redução de consumo de alimentos industrializados. E com isso, há uma melhora imediata do perfil de consumo de alimentos das pessoas. Pense bem, quantas coisas você come ao longo do dia que vem de dentro de pacotes? Quer dizer, define-se melhor como alimentos que estão prontos pra consumo ou de rápido preparo. Se você reduzir esses alimentos de forma significativa, vai fazer um bem ao meio ambiente, por reduzir a quantidade de embalagens e de recursos naturais que certamente essas fábricas estão usando para produzir esses alimentos. Além disso, vai te fazer um bem tão grande... Você terá uma alimentação sem excesso de açúcares, gorduras saturadas e trans, sódio e outros conservantes. 
Acho que a alimentação é a melhor forma de entendermos que o que faz mal ao meio ambiente também faz mal para nós, com a mesma dose de devastação.
Deixa o refrigerante, o biscoito, o nugget, o peito de peru defumado, a lasanha congelada. Até mesmo o adoçante. Tira isso da sua despensa. Ultimamente, eu ando com um nojo da Coca Cola, por ser uma indústria tão... nojenta. Estou até pensando em fazer uma prática educativa falando só sobre refrigerantes. Mas enfim, esse assunto é pro "Nutrindo a Mente".
E aí, depende da consciência de cada, e do desenvolvimento de uma nova forma de lidar com o sabor. Ei, jovem! Quando você não come determinado alimento, pode ter certeza que ele passa a não aparecer mais na sua despensa. 
Para finalizar, faz bem também ao meio ambiente não julgar uma pessoa precipitadamente. 
Depois desse relato meio ambientalista, volto para minha vibe melancólica, pelas missões que nunca conseguirei cumprir. 
Já cansei de protestar em vão
Só existe a paz no coração 
De quem ama e é amado.

2 comentários:

N. G. disse...

muito legal esse post! Só discordo de ti um pouco porque tem muita gente que participa dessa campanha da WWF, e faz uma boa diferença, apesar de não ser significativa :]
e se tua mãe acredita mais na tv do que em ti, simples: coloca em um globo natureza da vida e diz pra ela duvidar de ti agora adsijaiosajidoas
beijoo

Unknown disse...

Sim, é pra discordar de mim mesmo, afinal é uma crise pessoal, q não interfere no resto do significado das coisas para resto do mundo. Não tô num clima "caminhando e cantando e seguindo a canção". enfim.
minha mãe vendo globo natureza, isso seria interessante... acho q nem assim, algumas coisas se modificam.
Bjs