E por falar em Carnaval...

Eu adoro Carnaval! Mas adoro do meu jeito. Vendo os desfiles na minha casinha, em paz, com todo o bairro em silêncio (pessoas normais viajam no Carnaval). Eu devo gostar muito de carnaval porque a maioria dos amigos dos meus pais gosta muito de samba. E em casa de bebuns geralmente o rádio é de carrosel, e aqueles CDs que estão lá dentro tocam todo o dia. Não tem como não aprender.

Esse é uma das pouquíssimas coisas que me faz sentir que sou carioca, ou até brasileira. É um espetáculo maravilhoso, e parece até injusto às vezes que o trabalho de um ano inteiro só possa ser mostrado em míseros 82 minutos...

Bom seria que esse espetáculo, que também é uma competição, fosse justo. Enfim, quem vê o carnaval, quem se dá ao trabalho de ver todas as escolas, ver os comentários de especialistas e tomar suas próprias conclusões, pode ver claramente que já aconteceram muitos carnavais que não mereciam ter ganhado. Enfim, carnaval comprado.

Esse é o único problema de assistir o carnaval e acompanhar a apuração. É uma adrenalina total, a cada ponto, mas na hora... É um jogo de cartas marcadas.

Como disse o Marcelo Adnet no luau do último “Furfles on the beach”: “Alô Presidente da Escola! Alô jogo do bicho, caça-níquel! A hoooora é essaaaaa!”.

A intervenção desse tipo de patrocínio nas escolas e consequentemente no seu resultado é muito clara, infelizmente. E isso tira um pouco do brilho da festa. Mas como os turistas não vêem isso, ninguém está muito interessado em acabar com esse patrocínio paralelo. Fazer o que, né?

Cabe dizer também que a minha escola é a Portela. Essa coisa de escola de samba é tipo time de futebol meeeesmo, quando a gente escolhe uma, é pra sempre... Além disso, é a escola do meu marido, Diogo Nogueira, olha aí:

(Ele tá passando exatamente agora na MTV no luau do Lobão e essa Merlin é preto e branco, grrrrrrrrr)

OMG! Jajaja! Mas sabe qual é o triste disso tudo? É que se um dia eu tivesse que competir pra casar com ele, minha maior rival seria a minha mãe! É uma pena que eu não tenha gravado a hora que a minha mãe viu o Diogo na televisão, antes do desfile da Portela. Hilário!

Então, é claro que a minha favorita é a Portela. Se Deus quiser, o jejum de 25 anos acaba esse ano! O público deseja isso a anos. Só pra lembrar: desde que a Globo lançou aquela brincadeira de mandar notas pelo telefone, a Portela ganhou em quase todas às vezes, acho que atéééé no ano que a águia veio sem asa, ela ganhou. Mas aí também é sacanagem, jajajajajaja!

Mas e se não for a Portela, que a justiça seja feita: que o título vá para a Vila Isabel. Está na hora dos jurados deixarem de ser caretas e aceitarem que a era Paulo Barros revolucionou o carnaval. Se não a Vila Isabel, que seja o Salgueiro. Se bem que eles deixaram um buraco básico no inicio do desfile, por causa do segundo carro que ficou agarrado na árvore. Uma pena, o Salgueiro merece. Dizem que salgueirense é metida, que é uma escola que se sente a última bolacha do pacote. E sabe qual é o pior? É que eles podem ser sentir os tais mesmo, porque o Salgueiro tem uma força e alegria muito particular.

Enfim, mas será que boas alegorias, boas fantasias, enredo bem estruturado, harmonia e evolução impecáveis, bateria nota mil (estou falando da Portela, lógico) podem competir com um câncer e um casamento no meio da avenida?

“Abafa”.